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Bruno Nogueira: «O mais fácil seria fazer uma segunda edição do “Último a Sair”»
Está a preparar uma nova série para a RTP1, escrita por si e por Gonçalo Waddington, e realizada por Tiago Guedes de Carvalho. Apesar disso, muitas foram as pessoas que demonstraram agrado na oportunidade de se realizar uma segunda temporada do Último a Sair. Por esse mesmo motivo, Bruno Nogueira sentiu que, quando se verifica esta realidade, o melhor é partir para outro projeto, tal como explicou à Notícias TV desta sexta-feira:
O Último a Sair preenche tudo aquilo que me agrada em televisão, os argumentistas, os atores, a realização, a produção. Aquilo completa-me muito, mas não dá para ficar agarrado a uma coisa de que me orgulho sempre. Nunca a vou conseguir menosprazar, mas há outros caminhos a seguir. O mais fácil seria fazer uma segunda edição do Último a Sair, mas tal como aconteceu com Os Contemporâneos ao fim de três séries, chega a uma altura em que, se achas que não consegues fazer melhor do que foi feito, mais vale deixá-lo sobreviver e ficar na memória assim do que estragar o que já foi feito.
O humorísta português recordou ainda alguns momentos marcantes da série da RTP1, nomeadamente quando escreveu o final do projeto quatro horas antes de este ser gravado.
Fomos escrever o programa ao longo do tempo em que ele ia para o ar. Tínhamos um rumo mais ou menos estabelecidado, mas percebemos que havia pessoas que conhecíamos menos bem e que podiam dar muito mais ao programa. Era escrito em cima do acontecimento. Quando escrevemos o último episódio, num hotel, lembro-me que a última linha foi escrita às 4h00 da manhã e às 8h00 íamos começar a gravar. Íamos chorando de dor e de alívio ao mesmo tempo. Conseguimos descontruir o que é a televisão e a comédia com este formato. O elenco era impensável e conseguiu casar muito bem.
Por fim, Bruno Nogueira relembrou que um formato como Último a Sair só seria possível na RTP, uma vez que as estações privadas ainda se valem dos reality-shows para alcançar grandes valores audiométricos: «[A RTP] era o único canal que tinha credibilidade para fazer isso. Os outros canais comungavam do mesmo pecado. A RTP era a única que se podia dar ao luxo de brincar com os reality-shows».