Quinto Canal: Revista do Ano 2014 – Televisão (pt.1)
O ano está na reta final, e como é tradição chegou a hora de olhar para trás, e relembrar o que de melhor aconteceu ao longo dos últimos meses. Por isso mesmo o Quinto Canal organizou mais uma edição da Revista do Ano, especialmente para os nossos leitores, para que possam recordar os principais momentos de 2014, nas cinco áreas de destaque do nosso site: televisão, videojogos, séries, cinema e música.
Uma viagem que não pode perder ao longo dos próximos cinco dias, e que começa hoje pela TELEVISÃO!
Seja bem vindo à Revista do Ano 2014 do Quinto Canal.
Entre novos programas, transferências, e apostas em “mais do mesmo”, a verdade é que 2014 foi um ano cheio de surpresas no que toca à área da televisão, e de certeza que os leitores vão concordar com esta afirmação quando chegar ao fim deste artigo. Tanto a RTP1, como a SIC e a TVI jogaram forte, e não olharam a meios e fins para conquistar os telespetadores com as suas escolhas.
De janeiro a junho, foram várias as notícias televisivas que mereceram destaque um pouco por toda a imprensa, e é sobre esses seis meses do ano que a primeira parte da nossa Revista do Ano se foca. Os restantes meses e uma abordagem à ficção nacional serão os destaques numa próxima oportunidade. Por agora fique com uma retrospectiva sobre o que de melhor aconteceu em cada um dos três principais canais generalistas.
Com todas as mudanças que aconteceram ao longo dos primeiros seis meses do ano na estação pública, sem dúvida que se podia dizer que 2014 foi “O Ano” da RTP1. Entre saídas inesperadas, fins de programas que se tornaram uma marca no canal, e o regresso inesperado de alguns formatos, aconteceu um pouco de tudo na estação.
Logo em janeiro sem dúvida que o assunto que mais marcou a atualidade foi o regresso do The Voice Portugal, que viria a estrear em março. Cheio de novidades na sua segunda edição, o talent-show voltou após dois anos de pausa, e surpreendeu tudo e todos quando foi anunciado o seu regresso oficial. Mas este não foi o único programa em destaque na RTP1.
Para entreter os telespetadores, o canal apostou também na estreia de uma edição kids do Chef’s Academy, num novo programa chamado Desafio Total, a par do Sabe ou Não Sabe, e ainda no tão aguardado regresso do Festival da Canção, que tanta polémica criou, não só em Portugal com a escolha da música em março, como em maio quando Conchita Wurst venceu a Eurovisão.
Mas nem tudo foi um mar de rosas na RTP1. Se por um lado se festejava os bons resultados que Bem-vindos a Beirais ia conquistando dia após dia, juntando-se a isto a confirmação de uma nova temporada de Os Nossos Dias, a novela da hora de almoço do canal, e ainda a produção de uma nova série juvenil, Água de Mar, foi também durante os primeiros meses do ano que a estação sofreu grandes mudança nos seus principais programas do daytime.
Depois de vários rumores foi confirmada e oficializada a ida de João Baião em março para a SIC, abandonando assim a programação do matutino Praça da Alegria, deixando Tânia Ribas de Oliveira a sós com o programa. Da parte da tarde também o Portugal no Coração passava sérias dificuldades, não só a nível audiométrico, mas também a nível dos seus apresentadores. José Carlos Malato abandonou o formato que viu crescer devido a problemas de saúde, tendo sido substituido por Jorge Gabriel. Contudo, tais medidas não foram suficientes, e por isso mesmo, após sucessivas remodelações ao longo dos vários anos, ambos os programas chegaram ao fim a 13 de junho, depois de 20 e 11 anos em antena, respetivamente.
Deixando o entretenimento de lado, outra das grandes apostas da RTP1 em 2014 foi na transmissão do Mundial 2014, que trouxe a liderança ao canal por vários dias. Afinal parece que os 5 milhões investidos na competição valeram a pena. Ou não?
Se por um lado o canal de Carnaxide continua forte com a sua ficção nacional, muito graças ao reforço de liderança de Mar Salgado desde setembro, isso não foi o suficiente para conseguir roubar à liderança geral à TVI, que mais um ano passou em primeiro lugar. A RTP1 fez boas escolhas com os seus novos programas ao longo do ano, contudo a SIC também não ficou atrás, e sem dúvida que depois de ter “roubado” João Paulo Rodrigues a Queluz, o regresso de João Baião ao canal foi também um golpe que ninguém esperava.
Mas começando logo pelo início do ano, o destaque foi com toda a certeza a escolha de João Paulo Rodrigues para as novas manhãs do canal, ao lado de Júlia Pinheiro. Assim sendo, chegava ao fim o Querida Júlia em janeiro para em fevereiro nascer o Queridas Manhãs que, aos poucos, foi agarrando a atenção dos telespetadores, conseguindo finalmente a 22 de maio pela primeira vez vencer de forma absoluta a concorrência do líder Você na TV!, algo que a estação de Carnaxide não conseguia há vários anos. A surpresa do mês foi também o regresso de Os Vídeos Mais Loucos do Guinness que, inesperadamente, ainda hoje é transmitido, estando prestes a completar um ano de exibição.
Mas não só o programa matutino corria bem na SIC. A grande final do Factor X, que decorreu em fevereiro, também superou as expectativas, e conseguiu trazer para as noites de domingos resultados que há muito não eram alcançados neste dia pelo canal. Em jeito de estreias, foi também confirmada a realização pela primeira vez do reality-show O Poder do Amor, que seria a grande aposta para o verão, e ainda Sabadabadão, que marcava o regresso de João Baião à estação.
Mas, como tudo na vida, nem sempre as coisas correm como o planeado. A estreia da novela Em Família atirou a SIC da liderança do horário das 19 horas para o terceiro posto, a confirmação da nova temporada de Vale Tudo, que estreou em fevereiro após o Factor X, revelou-se também um autêntico fracasso de audiências, apesar das inovações apresentadas, assim como o Sabadabadão, que apesar de original não conseguiu convencer os telespetadores. Neste leque de programas mal sucedidos, ainda se integra a reformulação total que o Portugal em Festa recebeu desde 01 de junho, onde João Baião tornou-se o anfitrião do programa, juntamente com também estreante Zé Manel e Merche Romero. O programa de domingo tornou-se mais dinâmico, com grandes novidades, mas não foram o suficiente para levar o programa à liderança, continuando ainda hoje no terceiro.
A saída de Andreia Rodrigues do Fama Show após cinco anos de apresentação foi também outro tema de destaque no canal, assim como o fim do Gosto Disto! depois de três anos de exibição, apresentado igualmente pela própria. Numa pequena passagem pela informação, é impossível também não falar sobre a saída da estação de dois grandes jornalistas: Bernardo Ferrão e Mário Crespo.
Sem grandes surpresas, e apesar de ter sido o canal que menos apostou na sua grelha de programação para 2014, a TVI foi uma vez mais a estação preferida dos telespetadores, liderando na esmagadora maioria das vezes. A nível de estreia de programas originais, apenas Rising Star se destaca nesta área, tendo sido a grande surpresa em janeiro, apesar de só ter estreado em maio, substituindo em antena a edição especial de crianças de A Tua Cara Não Me É Estranha, que estreou em fevereiro. Pedro Teixeira estreou-se assim, graças a este formato, na área da apresentação. Destaque também para MasterChef Portugal, que foi um verdadeiro sucesso de audiências entre março, abril e maio, meses em que esteve em exibição.
Continuando pelo entretenimento, foi também confirmado nos primeiros meses do ano a segunda edição do Dança Com as Estrelas, que iria fazer novamente companhia aos telespetadores durante o verão. Entre notícias que davam conta do seu fim, e outros rumores, a TVI não quis dispensar o seu trunfo dos últimos cinco anos, e uma nova edição da Casa dos Segredos 5 foi confirmada, assim como a continuação do Somos Portugal até ao final de 2015.
No que toca a este género de programas, a surpresa vai para o Querido, Mudei a Casa. Depois de anos a fio ligado à SIC, com exibição diária na SIC Mulher, eis que o formato fez as suas malas, e mudou-se para a TVI, onde começou a ser transmitido a partir de junho.
Mas toda a gente sabe que nem tudo corre bem, e desde que a SIC se afirmou na liderança da ficção nacional, que a estação tem tido sérias dificuldades em implementar os seus produtos. 2014 ficou marcado pelas estreias de várias séries produzidas pelo canal, e há muito guardadas na gaveta, tais como O Bairro e Giras e Falidas. O resultado? fracos valores, perdendo constantemente para a concorrência. A estreia de Melhor Do Que Falecer, o programa de sátira de Ricardo Araújo Pereira, também não correu como o planeado e não durou mais do que três meses. As constantes mudanças de horário de Doida Por Ti e I Love It são outros exemplos de como a ficção da TVI já viu melhores dias. Mas essa análise fica para um outro artigo.
Mas a televisão não é feitas apenas dos canais generalistas. Existem outras tantas notícias que marcaram a atualidade de 2014, e que inundaram a nossa caixinha mágica. Ninguém esquecerá tão cedo a primeira semana de janeiro deste presente ano, quando todo o mundo acordava no domingo, dia 05, com a triste notícia da morte de Eusébio, o famoso jogador do Benfica, eternamente conhecido como Pantera Negra. De forma a homenagear o jogador, os vários canais dedicaram inúmeras emissões especiais a este dia trágico. Consequência disso, a TVI24 conseguiu um resultado histórico, quando transmitiu o jogo Coreia do Norte x Portugal, em forma de homenagem a Eusébio.
A partida do ator José Wilker, Robin Williams, de Pedro Cunha, Manuel Forjaz, ou mais recentemente de António Montez, são outras memórias que não nos fazem esquecer este ano, embora por razões menos positivas.
A fechar esta primeira parte da Revista do Ano, recordamos também o lançamento oficial da marca NOS em abril, que veio revolucionar o mercado das operadores de televisão, ou recuando ainda até janeiro, o lançamento de mais uma edição do já famoso CC Casting, ou ainda a edição deste ano do Super Bowl Halftime Show, que foi o mais visto de sempre em todo o mundo, e que teve Bruno Mars como protagonista.
Este sábado não perca a continuação da Revista do Ano, desta vez dedicada às séries.