Comic Con Portugal 2021: Painel Glória

Glória, a série nacional que tem feito sucesso na Netflix, teve direito a um painel na Comic Con Portugal.


O painel de Glória contou com as presenças de Miguel Nunes, Afonso Pimentel, Maria João Pinho, José Amaral, Pedro Lopes e foi dada oportunidade de diálogo com os fãs, desta série que tanto destaque está a ter. Gravada durante a pandemia, a produção da série teve logo à partida várias restrições que apesar de poderem inicialmente prejudicar a série, acabaram por permitir que a mesma tivesse tempo para ser desenvolvida.

Com o apoio desde cedo da RTP, a ajuda da Netflix permitiu não só apoios financeiros mas a possibilidade de chegar a mais países. Glória acaba por conseguir conciliar a linguagem de cinema e o gancho que uma série tem que ter, para prender o espectador por vários episódios. O objetivo da série era pegar numa história que fizesse sentido ao público português mas que tivesse um impacto global. A RARET não tem a mesma fama que a Base Área das Lajes, mas foi igualmente um instrumento nacional utilizado pelos americanos durante a Guerra Fria. Pegando nesse elemento real, criou-se uma história cativante, não só no contexto da Guerra Fria, mas também no contexto de final de Ditadura que se vivia na altura que é retratada.

José Amaral, produtor da série, afirmou que o feedback da Netflix foi muito bom. Que eles tiveram a capacidade de reunir os elementos para fazer um projeto único e conseguiram. Glória é exibida em 190 países e prova que existem talentos nacionais, tanto equipa técnica, como atores, diretores, escritores, que com as ferramentas certas conseguem criar conteúdos que poderão ser exibidos a nível global.

Miguel Nunes, que deu vida a “João Vidal”, admitiu ser um projeto especial para todos e que foi uma tarefa privilegiada trabalhar com aquele elenco. Glória permitiu-lhe conhecer melhor a época e explorar algumas histórias relacionadas com o Partido Comunista e a Guerra Colonial, que considerou ter sido importante para a sua personagem pois serviu como o despertar de consciência. Miguel confessou para ele, participar na série, na altura pandémica em que foio gravada, foi como uma bolha de oxigénio. Maria João Pinho elogiou também o elenco de Glória, pois era bastante variado entre atores de cinema, televisão e teatro. Sublinhou também a união forte entre equipa técnica e elenco e abordou a complexidade da sua personagem, que adorou interpretar.

Por seu lado, Afonso Pimentel confessou que um fator importante para a boa qualidade da série foi o tempo dado para que a mesma se conseguisse desenvolver em pleno. Existiu tempo para a preparação das personagens, cenários, guiões e que isso o fez sentir logo à partida que estava num projeto diferente. Falou de como a RARET estava completamente abandonada e que uma equipa teve que realizar manutenção nas instalações e tratar do exterior envolvente, algo que foi bem conseguido. Destacou também que existiu um grande trabalho de planificação e um trabalho de reajuste muito bom, pois toda a equipa soube responder bem às adversidades que foram aparecendo.

Durante o painel foi exibido um vídeo com os bastidores de Glória e um outro com cenas engraçadas. Sobre a possibilidade de uma segunda temporada, o escritor Pedro Lopes disse que neste momento está a aproveitar a popularidade da série e que para já não é uma prioridade. Deixou contudo essa possibilidade em aberto, pois referiu que o Muro de Berlin só caiu em 1989 e que ainda há espaço para muitas histórias sobre a Guerra Fria.


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