Quando aposta em ficção, RTP pensa na sua exportação

A RTP tem vindo gradualmente a apostar em séries nacionais, contudo, as audiências não são preocupação já que o importante à estação é o mercado internacional.

No debate promovido pela APIT que contou com a presença de representantes dos canais generalistas e privados nacionais, ficou clara a visão de cada estação sobre a ficção da RTP.

Nuno Artur Silva, administrador da RTP, revelou que no canal público «não trabalhamos para aquilo que a maioria das pessoas quer ver», confirmando que «sabemos que temos menos audiências do que uma novela no prime-time». Contudo, «se tivéssemos uma reacção papvoliana era o fim do mundo porque tínhamos de mudar a grelha», acabando por a igualar aos canais privados.

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Com isto, Bruno Santos, director-geral de antena e programas da TVI, aponta que a RTP «quando afirma que não se posiciona para o consumidor, que não se comporta como os privados […] está a trabalhar para outro país. Já não é para Portugal». Exemplo disso foi o facto da série espanhola Príncipe, exibida na RTP2 ter tido mais audiências do que a produção nacional.

Já Luís Proença, director de antena da SIC, assume que «são as novelas da TVI e da SIC que têm sucesso no estrangeiro. O género telenovela é high quality e é o primeiro género da indústria portuguesa. O Estado devia apostar».

Em jeito de defesa e conclusão, Nuno Artur Silva defende-se que «não conseguimos em 100 anos de cinema e 50 de televisão em Portugal que o audiovisual seja significativamente exportado. Na RTP, com problemas de audiências, estamos a tentar fazê-lo [com séries]».

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