Em Foco: «Top Chef», uma aposta falhada

Estreou a 18 de agosto deste ano. Conduzido por Sílvia Alberto, Top Chef prometia prolongar os resultados razoáveis alcançados por MasterChef, transmitido no verão de 2011. Com 4,7% de audiência média e 12% de share, o programa da RTP1 passou despercebido ao olhar dos telespetadores portugueses não só no dia de estreia, como igualmente durante os restantes episódios. A final do formato ocorreu ontem e, nem mesmo com a vitória do Chef Alexandre Silva, os números foram diferentes. Afinal, Top Chef registou neste sábado um rating na ordem dos 5,7% e uma quota média de mercado a rondar os 12,7%.

O que falhou?

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Sílvia Alberto já provou ser talentosa o suficiente para preencher as noites de horário nobre da estação pública. Os concorrentes conseguiram demonstrar na íntegra os seus dotes para a culinária, tendo confecionado iguarias bastante apetitosas para quem não teve a oportunidade de as provar. Por outro lado, os desafios propostos aos Chefs foram, na sua grande maioria, interessantes. Cozinhar num estádio de futebol, reinventar a comida numa roulote de bifanas ou servir uma refeição numa estação de comboio, foram tarefas que os telespetadores tiveram a oportunidade de assistir neste Top Chef.

Infelizmente, a magia perdeu-se pela má campanha de comunicação que o programa sofreu. Depois de alguns episódios transmitidos, a RTP1 optou por  adiá-lo por algumas semanas devido a vários motivos (especiais de informação, principalmente). Se o programa já não dava muito nas vistas, também devido à concorrência do compacto da terceira edição da Casa dos Segredos, as alterações de última hora na grelha do primeiro canal também não vieram ajudar. Aliás, o facto de se adiar a emissão de um programa apenas demonstra a sua prescindibilidade. Se, de facto, este tivesse uma grande importância para a RTP1, seria transmitido no dia seguinte e não três semanas depois.

Com ou sem jurados de sucesso, o facto é que esta foi uma aposta da estação pública mais do que falhada. Algumas críticas podem assim ser feitas: o dinheiro dos contribuintes foi utilizado para investir num formato que não atingiu os mínimos exigidos. E, numa altura de crise como a que vivemos hoje, isso não pode ser permitido. Qual a razão para se gastar dinheiro quando, mais tarde, não o sabemos utilizar ou aproveitá-lo da melhor forma?

Top Chef foi um falhanço televisivo, não pela sua qualidade, mas sim pela gestão que sofreu da RTP. Esperemos que não existam mais vítimas desta incompetência.

Diogo Santos

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Marketing e Publicidade. Tenho uma grave obsessão por audiências desde os meus 14 anos. Espanta-se quem me ouve dizer que praticamente não vejo televisão. No entanto, basta fazerem-me uma pergunta sobre esta categoria, e a resposta surge em segundos. Querem testar? ;)

1 Comment

  • Concordo com o texto e tenho a dizer que na minha opinião o que ajudou a tornar esse programa totalmente desinteressante para mim a alteração do formato original do programa. Acho que foi totalmente uma aposta falhada, não apreciei que se ouvisse a voz da Sílvia a cada apresentação de prato, vezes sem conta. Não gostei muito de um dos jurados que falava tão baixo que era preciso aumentar o volume. Ouve demasiadas falas dos concorrentes durante a confecção, demasiadas mesmo. Ouve mais coisas que não gostei, mas não vou alongar-me. Assisti a 3 episódios inteiros e não aguentei mais. Tive que desistir.

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