Em Foco: O regresso de «A Tua Cara Não Me É Estranha»

Há algumas semanas escrevi no Em Foco que a recuperação da TVI no campeonato das audiências poderia estar na estreia de um novo formato de horário nobre conduzido por Cristina Ferreira e Manuel Luís Goucha. Com a ficção a não captar a atenção da maioria dos portugueses e com o grande investimento que a Casa dos Segredos exige, o regresso de A Tua Cara Não Me É Estranha acaba por ser uma boa notícia para a estação de Queluz de Baixo.

Apesar disso, porque não reinventar o formato? Sei que em equipa que ganha não se mexe mas, mesmo assim, qual a razão para que não se aposte em novidades na nova temporada da versão portuguesa de Tu Cara No Me Suena? O humor é garantido pela dupla de apresentadores, os participantes vão provar o seu talento e outros relançar a sua carreira, mas não aconteceu já isso no passado? Tendo em conta que o orçamento de A Tua Cara Não Me É Estranha não se equipara ao da Casa dos Segredos seria no mínimo positivo que a TVI surpreendesse os telespetadores. Sim, queremos bons concorrentes mas quem sabe se não seria também interessante a emissão de um diário a acompanhar os ensaios para as galas?

Desafiar os convidados a contar um pouco das suas vidas, gravar alguns takes nos seus espetáculos de norte a sul do país ou dá-los a conhecer melhor ao público português. Sabendo que estes vão passar a ser durante alguns meses os ídolos de muitos telespetadores, a curiosidade em visualizar este tipo de conteúdos poderia ditar números audiométricos acima do normal.

Arriscar. Inovar. Mudar. Já se sabe que o tempo nos ecrãs nacionais não está para brincadeiras mas, já que se joga pelo seguro, que tal oferecer mais entretenimento ao público? Os contratos de exclusividade estão a ser cortados, os ordenados diminuídos, a máquina da televisão a empobrecer. A concorrência do cabo não ajuda, nem sequer o facto de a crise afetar a vontade dos telespetadores em acompanhar a emissão da caixinha mágica. A magia já não é a mesma de outrora. Os formatos já não surpreendem e, numa altura como esta, apenas os apresentadores e a restante equipa que trabalham em televisão podem incentivar-nos a não desligar o televisor.

«É preciso voltar a surpreender o público», adiantou Cristina Ferreira à Correio TV desta semana. Esperemos que alguém consiga fazê-los, porque tal proeza começa a ser cada vez mais difícil de alcançar.

Valha-nos a Informação!

Diogo Santos

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Marketing e Publicidade. Tenho uma grave obsessão por audiências desde os meus 14 anos. Espanta-se quem me ouve dizer que praticamente não vejo televisão. No entanto, basta fazerem-me uma pergunta sobre esta categoria, e a resposta surge em segundos. Querem testar? ;)

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