Em Entrevista – Martim Vicente
Chama-se Martim Vicente e desde cedo se apaixonou pelo mundo da música. Depois de ter passado pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa e de se ter licenciado no curso de Sociologia, decidiu participar num concurso de talentos da SIC, o Ídolos.
Tendo alcançado o segundo lugar no mesmo, desde então que a sua vida se transformou. Agora, encontra-se a preparar o seu primeiro CD.
O 5º Canal esteve à conversa com o antigo estudante do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, e ficou a conhecê-lo um pouco melhor!
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I
Quem é o Martim Vicente?
Um jovem que aspira ser um artista nacional que possa dar as suas canções e interpretações a todo o público.
Ficaste conhecido pela tua participação no Ídolos. Como nasceu o teu sonho pela música?
Em muito pequeno o meu gosto começa a criar-se e em crianças começamos logo a aspirar certas profissões e eu nunca pensei noutra senão músico. Quando entrei aos 10 anos para o Conservatório de Musica de Lisboa, o meu principal objetivo ficou mesmo traçado.
Porque decidiste participar no concurso da SIC?
Com a minha licenciatura a acabar e o meu desejo de ter oportunidade para demonstrar o que queria fazer, achei que o Ídolos seria um excelente programa para me projetar e criar algumas oportunidades de conseguir esta carreira. Decidi então participar e chegar o mais longe possível.
Acabaste por ficar em segundo lugar no Ídolos. A vitória da Sandra Pereira significou para ti alguma derrota?
Quando não ganhas és obviamente derrotado. Além disso o objectivo do programa é encontrar o Ídolo de Portugal, e era para isso que também lá estava. Como se costuma dizer, foi por pouco. Acho que tanto eu, como a Carolina ou a Sandra estávamos em pé de igualdade e quem ganharia seria sempre por margem curta e foi assim que aconteceu. Não fiquei triste. Fique até muito contente com a minha prestação e acho que dei tudo o que tinha para dar. Fiquei feliz também pela Sandra pois sabia que também tinha trabalhado muito e tinha o desejo de alcançar o prémio de ir para Londres estudar.
Sim, no final fui derrotado, mas acho que consegui algumas vitórias ao longo do programa!
Quais as oportunidades que se seguiram após o término do talent-show da estação de Carnaxide?
Após o programa, digamos que, nós “ídolos”, ficamos um pouco ‘na berra’, então felizmente tive muitas propostas de espectáculos. E foi através do programa que o meu actual produtor musical (Diogo Clemente), me viu e me fez a proposta de gravarmos um disco. Além de tudo isso o programa deu-me uma projeção em que as pessoas sabem muito bem que tipo de artista é o Martim Vicente e o que ele pode ou não dar.
Pedro Boucherie Mendes afirmou, na altura da quarta temporada do Ídolos, que tu tinhas alguns dotes de comunicador. Nunca pensaste seguir carreira em televisão?
O Pedro é muito simpático, e eu adorei aqueles meses não só de música mas também de televisão. Mas acho que o meu talento de comunicação era visto através da forma como comunicava pela música e pelas palavras na música. Sempre me senti muito à vontade diante das câmeras. Mas no entanto nunca aspirei ser apresentador televisivo ou algo do género.
Estreou este ano mais uma temporada do Ídolos. Que conselhos dás aos novos concorrentes?
Principalmente que eles aproveitem tudo o que de bom o programa tem para lhes dar e que não se deixem afectar pelas coisas menos boas. Pois de facto as boas suplantam as menos boas. Eles têm de ser genuínos e sérios quanto à sua forma de estar dentro do programa e aproveitar para mostrar aquilo que querem vir a ser musicalmente, pois fingir algo que não vamos ser no futuro é desperdiçar tempo de antena.
Achas que formatos deste género no nosso país continuam a fazer sentido, sabendo que a indústria musical é extremamente concorrida?
Para ser sincero não sei. Acho que à medida que os anos vão passando o público vai deixando de ver este tipo de programas pois já não são novidade. No entanto, o Ídolos é um talento-show com um conteúdo muito apetecível e a Fremantlemedia (produtora) vai-se mantendo actualizada e fidelizando espetadores. Além disso quando de facto aparecem grandes artistas e vozes o programa ganha com isso pois em Portugal o público não é indiferente ao talento.
[tip direction=”s”]O Ídolos não é um programa que sufoque a indústria pois apenas é um espaço de projecção para quem quer tentar o seu sonho. A luta com a indústria vem depois, para encontrar quem goste das nossas músicas, ou quem nos queira em projetos, editoras que queiram editar, rádios que nos queiram passar, televisão que queira dar tempos de antena e salas de espectáculo que nos queiram contratar. No Ídolos não há essa disputa, é usufruir de 3h em horário nobre em directo em canal generalista.[/tip]
II
Estás a preparar o teu primeiro CD. Fala-nos um pouco dele.
Esta foi uma grande oportunidade. Um velho amigo meu, grande músico e produtor – Diogo Clemente – após ter assistido à minha prestação no Ídolos decidiu falar comigo sobre os meus objetivos. Após mostrar algumas canções da minha autoria, ele decidiu ficar ao meu lado para criarmos este projeto que é o meu 1º disco. Um disco que pretende demonstrar claramente o tipo de artista que sou e chegar a todas as bocas.
Quais as tuas inspirações neste projeto?
Não existem propriamente inspirações definidas para o projeto. Ele ganha vida com todas as coisas que ouvi e que naturalmente se agrupam de alguma maneira no meu cérebro e me fazem compor canções.
No entanto, começámos a verificar que o disco começa a ganhar uma sonoridade muito similar aos velhinhos tempos da Motown (editora de Michael Jackson, Stevie Wonder entre outros).
O CD vai contar com participações especiais de outros músicos?
Sim, irá contar com participações com as quais estou empolgadíssimo, no entanto, não as posso revelar ainda.
Muitos são os que te conhecem por cantares em português. Vais preservar esse teu lado neste CD?
Claro. Como disse à pouco, no Ídolos o meu grande objectivo era mostrar aquilo que queria de facto fazer, e por isso a minha ‘teima’ no programa em cantar em português. Mas neste disco o cantar em português não tem haver com marketing ou ‘lutas’ pré-conceituadas, mas sim com o gosto de o fazer e a certeza de que é o que sei fazer melhor.
Quais as tuas referências musicais?
Admiro muitos artistas e por vezes até algumas canções em específico. Mas se tivesse que enumerar, falaria de Sérgio Godginho, Jorge Palma, Rui Veloso, Fado, Coldplay, John Mayer entre outros.
Qual o teu maior sonho no mundo da música?
Essa é uma pergunta difícil porque nunca fui uma pessoa de sonhar com tempos muito longínquos, gosto mais de sonhar a médio-prazo. E pensando a médio-prazo, ter um 1º disco a chegar ao ouro seria algo muito concretizador para mim.
Obrigado!