Os bilhetes esgotaram no segundo dia do festival, em que os The Rolling Stones foram os grandes cabeça de cartaz. Mas houve muito mais nesta quinta-feira na “Cidade do Rock”, e o Quinto Canal recorda agora os melhores momentos.
Nem o frio nem a chuva fizeram as 90 mil pessoas que esgotaram esta quinta-feira o Rock in Rio Lisboa arredarem pé do recinto. Para evitar as habituais confusões na entrada, a organização decidiu abrir as portas mais cedo, mas os horários de todos os concertos mantiveram-se inalterados.
Entre festa na Rock Street e concertos no Palco Vodafone, que recebeu ao longo da tarde Projecto Kaya, Frankie Chavez e Triptides, as milhares de pessoas foram aos poucos guardando lugar bem perto do Palco Mundo, para acompanharem todos os concertos, até à chegada dos Rolling Stones. Mas antes, o primeiro concerto da noite ficou a cargo de Rui Veloso, e dos seus convidados Lenine e Angélique Kidjo.
Ainda faltavam alguns minutos para as 19 horas quando o “pai do rock português” surpreendeu os presentes e começou a sua atuação, ao som do famoso Lado Lunar. Alguns dos seus melhores êxito não faltaram ao longo dos 60 minutos de concerto. Entre entrada e saída dos convidados, um dos pontos altos aconteceu já na reta final, com Rui Veloso a invocar o seu eterno Chico Fininho, admitindo ser esta uma das últimas vezes que tocava a música, pelo facto de já acompanhar o cantor há vários anos. Seguiram-se outros êxitos, desta vez já com os seus convidados em palco juntos. Anel de Rubi surgiu em forma de dueto entre Lenini e Rui Veloso, arrancando uma grande ovação por parte do público, e a pedido de Angélique, a cantora Cesária Évora também foi homenageada, através da música Sodade, e que contou ainda com a participação especial do grupo Shout, apanhando os fãs de surpresa. Para terminar da melhor maneira, a cantora convidada desceu do palco para vir cumprimentar o público.
Com a chegada da noite ao Parque da Bela Vista, e com a chuva a ameaçar estragar a festa, preparava-se o palco para a segunda atuação da noite. Novamente em português, foi a vez de os Xutos e Pontapés, que se encontram em plena comemoração dos 35 anos de carreira, pisaram pela sexta vez o Palco Mundo do Rock in Rio Lisboa. São os únicos artistas, a par de Ivete Sangalo, que estiveram presentes em todas as edições portuguesas do festival. E para dar início ao concerto, a banda decidiu começar com os seus mais recentes registos do álbum Puro, editado em janeiro. Tu Também foi a música escolhida, e ao longo de mais uma hora de animação, o público nunca mais parou. Os grandes êxitos também não foram esquecido, e foram esses mesmos que aqueceram o público, que não arredou pé mesmo com a chuva que se fazia sentir. Maria, Dia de São Receber, Contentores e Homem do Leme foram músicas que fizeram parte do alinhamento, com o concerto a encerrar de forma grandiosa com o mítico Circo de Feras.
Apesar de o terceiro concerto começar ligeiramente atrasado, Gary Clark Jr também não desiludiu os presentes. Mesmo com a quebra do ritmo deixado pelos Xutos, e com um estilo musical mais calmo, ideal para recuperar forças para o derradeiro concerto dos Rolling Stones de seguida, o cantor que apresentou em palco as suas raízes soul conseguiu ao longo de pouco mais de uma hora de concerto cativar os vários casais presentes na plateia, mesmo que o objetivo deles no festivai tenha sido especialmente para ouvirem a banda de rock que se seguiria. Um dos momentos que ficou gravado na memória dos presentes foi a forma como o cantor impressinou ao manusear a sua guitarra elétrica, surpreendendo pela positiva. Mas a opinião é geral: apesar de muito bom, o ideia teria sido colocar Xutos e Pontapés neste horário para que o ritmo não fosse quebrado.
Já sem transmissão do concerto nas televisões e rádio, mas com 90 mil pessoas presentes, eis que às 00H os tão aguardados Rolling Stones subiram a palco, para darem aquele que é considerado atualmente como o maior concerto já realizado em Portugal. Nunca antes um concerto no nosso país juntou tantos fãs como este que marcou o regresso da banda a terras lusas, após sete anos, e quando muita gente pensava que nunca mais iria ver a banda de rock mais antiga do mundo presente em palcos nacionais.
Quando se ouviram os primeiros acordes de Jumping Jack Flash, o público entrou em delírio total. Com os fãs já bem despertos, e sem perder mais tempo, foi logo à quarta música que aconteceu o momento que ficará para a história deste concerto, e igualmente para a história dos dez anos de Rock in Rio Lisboa. Inesperadamente (ou talvez não, visto que já toda a gente sabia que o cantor estava por Portugal), Bruce Springsteen subiu a palco para tocar juntamente com os Rolling Stones, deixando o público ainda mais eufórico. Tumbling Dice foi a música escolhida para o dueto. Recorde-se que Bruce Springsteen foi o responsável por encerrar a edição 2012 do Rock in Rio Lisboa. No meio de tanto êxito e delírio, houve ainda tempo para Gary Clark Jr. subir novamente a palco para um novo dueto do Rolling Stones.
Apesar de as músicas serem todas sabidas pelos fãs do início ao fim, existem sempre aquelas que são mais especiais. Após 14 músicas, eis que chegam provavelmente as mais aguardadas pelo público: Start Me Up, Sympathy For The Devil e Brown Sugar são as responsáveis por “encerra”r o concerto. Mas como o público presente no Rock in Rio se mostrou à altura, e quer sempre mais e mais, o encore trouxe mais duas músicas especiais: com a presença do coro português em palco, a banda de rock escolheu You Can’t Always Get What You Want para acalmar ligeiramente a multidão, para que depois pudesse explodir de forma grandiosa no derradeiro encerramento, com o mítico Satisfaction. Um concerto especial, e que de certeza as 90 mil pessoas presentes tão cedo não esquecerão.
Contudo, apesar deste dia grandioso, a festa do Rock in Rio Lisboa ainda só vai a meio. Hoje, sexta-feira, é a vez de Capital Inicial (19H), Queens Of The Stone Age (20H45), Linkin Park (22H30) e Steve Aoki (00H30) subirem ao Palco Mundo.
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