Estreou a 29 de outubro de 2011, e as audiências foram apelativas. Catarina Furtado foi a anfitriã do concurso de caça talentos do primeiro canal, tendo sido acompanhada por quatro mentores bastante conhecidos pelos telespetadores nacionais.

Nélson e Sérgio Rosado, mais conhecidos enquanto a dupla Anjos, Mia Rose, Rui Reininho, vocalista dos GNR, e ainda Paulo Gonzo foram incluídos na missão de encontrar a nova Voz de Portugal. Lembra-se deste formato?

Com concorrentes de peso, alguns dos quais tinham participado em talent shows da concorrência (caso de Débora Gonçalves, por exemplo), a Prova Cega foi dos desafios que mais captou a atenção dos portugueses. A verdade é que, e tal como no The Voice (a versão original do formato), ninguém ficou indiferente à oportunidade de analisar uma pessoa unicamente pela… voz! E se, na nossa vida, tivéssemos a possibilidade de o fazer? Fechar os olhos e julgar alguém pela forma como fala é uma ação que, sem dúvida alguma, mudaria a opinião que temos em relação a algumas pessoas.

A Voz de Portugal propiciou a essa análise e A Prova Cega acabou por ser, talvez, a parte mais engraçada do programa. Catarina Furtado mereceu este desafio pela forma como o conduziu. Sincera e conselheira, a profissional da estação pública provou que nem sempre as más línguas têm razão. O seu ordenado é mais do que merecido caso exista interesse por parte dos telespetadores em tê-la no canal do Estado.

As audiências falaram por si. A estreia desta Voz de Portugal alcançou um bom resultado, tendo em conta o historial da RTP1. Com 7,8% de audiência média e uma quota de mercado a rondar os 23,7%, o programa acabou por ter sido um dos mais vistos da estação pública nessa semana.

Depois de Operação Triunfo, a RTP1 conseguiu apostar num formato diferente. Demonstrou que, mesmo sem ser um êxito, A Voz de Portugal entreteve os telespetadores durante os fins de semana. Sem «cromos» nem polémicas relacionadas com os concorrentes, foi possível visualizar um formato bastante diferente do Ídolos e ainda com uma qualidade superior! Sim, sem dúvida que o serviço público é questionável. Até que ponto o programa educou os telespetadores ou transmitiu alguma cultura nacional? Uma peça de teatro seria uma boa opção para o substituir? Claro que sim! No entanto, quantos seriam os portugueses que se sentariam no seu sofá a visualizá-la?

Tal como o fim da RTP2, muitos foram os telespetadores que reclamaram sobre a possibilidade de o canal fechar quando, na maior parte dos casos, apenas acompanhavam novelas. Mesmo sem prestar o tal «serviço público», esta Voz de Portugal conseguiu, pelo menos, ser um formato sem «floreados» nem «matérias de revista» na maior parte dos casos.

Só, por isso, valeu a pena!

Diogo Santos

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Marketing e Publicidade. Tenho uma grave obsessão por audiências desde os meus 14 anos. Espanta-se quem me ouve dizer que praticamente não vejo televisão. No entanto, basta fazerem-me uma pergunta sobre esta categoria, e a resposta surge em segundos. Querem testar? ;)

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