Inside Gaming: «The Stanley Parable»

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Quando nos deparamos com um jogo cuja descrição é “The Stanley Parable é um jogo de exploração na primeira pessoa. Irão jogar como Stanley e não irão jogar como Stanley. Vão seguir a história e não vão seguir a história. Terão uma escolha mas não terão uma escolha. O jogo vai acabar, o jogo nunca irá acabar”, temos de admitir que nos chama a atenção. E foi exatamente isto que sucedeu entre mim e The Stanley Parable. Ao ler a sua descrição devo admitir que senti bastante curiosidade e quis saber mais sobre ele. Depois disso seguiu-se o trailer, os vídeos de gameplay, o demo e por fim a compra. Admito que não é um jogo para todos. Não sei sequer se jogo é o termo adequado. É uma experiência de exploração interativa onde temos o controlo. Ou será que não? É assim que The Stanley Parable se define a si próprio, algo misterioso e que pretende que os jogadores o descubram. Hoje não me poderei alongar com detalhes sobre a jogabilidade ou até a história. Não porque não queira, porque acreditem que adorava explicar porque que episódios como o do armário das vassouras são geniais. Não sabem ao que me refiro? Precisam mesmo de jogar então, pois o motivo pelo qual não poderei explicar grande coisa é justamente porque estragaria a experiência de jogo de todos. Foi justamente por este motivo que ao ver a já considerável quantidade de vídeos que estão no Youtube, parei simplesmente de os ver pois comecei a aperceber-me em que consistia o jogo. E é bastante simples até, pois a sua essência são as escolhas.

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The Stanley Parable conta a história de Stanley, um funcionário que trabalha num escritório. A sua função? Pressionar teclas num teclado quando e na ordem que lhe é ordenado por alguém do outro lado do computador. Certo dia, Stanley apercebe-se que todos os seus colegas desapareceram. Este é o mote para a “rebeldia” do nosso protagonista que vê aqui a oportunidade perfeita para abandonar o seu cubículo – que o identifica como funcionário #427 – e explorar assim o escritório. Deambulando pelos corredores vazios, somos confrontados com a narração – genial – de Kevan Brighting que nos guia ao longo da nossa “aventura”.

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O motivo pelo qual refiro a narração como sendo genial é porque ela chega quase a ser mais importante do que o protagonista em si. Todas, ou praticamente todas as nossas ações no jogo são narradas, fazendo de si uma presença constante. Os diálogos que nos levam a pensar que temos escolha são absolutamente fantásticos, tal como os insultos feitos ao personagem quando a sua escolha não é a que levaria ao rumo natural da história e até os insultos feitos a nós próprios, jogadores – como quando o narrador começa a perguntar se morremos e grita por socorro. O humor é inteligente mas não se esforça para tal, é simplesmente algo natural que acontece e que está imensamente bem escrito e construído.

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O jogo tem uma série enorme de finais. Pode ser concluído em alguns minutos sem sequer darmos por isso. No entanto, o facto de querermos saber como teria sido a nossa vida se tivéssemos seguido por aquele outro caminho leva-nos a voltar a jogar uma e outra vez. O mesmo acontece com os achievments. Alguns são tão descabidos que damos por nós a fazer certas idiotices apenas para os ter concluído.

Apesar de a nível gráfico não ser de todo brilhante, os gráficos parecem pouco melhores que os vistos na versão inicial do jogo (saída em 2011 como um mod através do Source Engine da Valve), The Stanley Parable é um daqueles jogos que vale mesmo a pena experimentar (são apenas 11.99€ na Steam) e que nos proporciona uma experiência refrescante e que nos recompensa por muitas vezes seguirmos o caminho errado ou por sairmos fora da nossa zona de conforto… Ou simplesmente está a tecer uma crítica aos videojogos que nos levam a crer que temos escolha mas que na verdade já existe um caminho pré-concebido para percorrermos e tudo foi pensado… Vocês Decidem  🙂

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