Gira Discos – Portugal Musical: Recordando Zeca Afonso

Em plenos festejos do 25 de Abril, esta semana iniciamos uma nova temporada do Gira Discos recordando um dos pioneiros da canção de intervenção em Portugal: Zeca Afonso.

Já foi destaque na primeira temporada do Gira Discos, e volta a ser recordado no arranque desta nova edição. Por estas alturas, em que se comemora mais um Dia da Liberdade, ninguém esquecerá Zeca Afonso, uma das figuras centrais do movimento de renovação da música portuguesa que se desenvolveu na década de 1960 do século XX e se prolongou na década de 70, sendo dele originárias as famosas canções de intervenção, de conteúdo de esquerda, contra o Regime. Zeca Afonso ficou indelevelmente associado ao derrube do Estado Novo, regime de ditadura Salazarista vigente em Portugal entre 1933 e 1974, uma vez que uma das suas músicas, Grândola Vila Morena, foi utilizada como senha pelo Movimento das Forças Armadas, comandados pelos Capitães de Abril, que instaurou a democracia, em 25 de Abril de 1974.

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Mas recuando um pouco mais no tempo, conciliando a música popular com o seu sentido crítico, a voz de Grândola ficará para sempre nas nossas memórias. Foi com Baladas de Coimbra em 1958 que se estreou nos discos, mais tarde gravou Os Vampiros e Trova do Vento que Passa, marcos fundamentais da canção de intervenção e de resistência antifascista.

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Professor de liceu, partiu para Moçambique, onde desenvolveu uma intensa actividade política contra o colonialismo. Com os problemas com a PIDE e a expulsão do ensino, dedica-se à música para sobreviver, nascendo assim o primeiro LP Baladas e Canções. Em 1969 com o LP Cantares do Andarilho, recebeu o prémio da Casa da Imprensa pelo melhor disco do ano e o prémio da melhor interpretação, contudo, devido à censura da época é tratado como Esoj Osnofa!

Zeca Afonso

Em 1971, edita o álbum Cantigas do Maio e é nele que surge Grândola Vila Morena. Depois de participar em festivais, gravar novos álbuns e apoiar vários candidatos à presidência da República em 1985 é condecorado com a Ordem da Liberdade, apresentando-se no Coliseu de Lisboa para o seu último espectáculo.

A 23 de Fevereiro de 1987 morre no Hospital de Setúbal, às 03 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica, uma doença neuro-degenerativa progressiva e fatal.

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Fonte: Alfarrabio

André Kanas

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Diretor, Redator e Gestor de conteúdos das redes sociais do QC | Responsável pelas coberturas musicais e televisivas do QC | Integrou o QC em 2013, dado o seu gosto pelo mundo televisivo e não só, sendo que já navega e escreve no universo de blogues e sites de entretenimento desde 2007.

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