Como eu ouço… a universalidade da música
Vivemos num país onde ainda é recorrente assistirmos à discussão redundante do idioma em que interpretamos a nossa arte. Creio que no ramo artístico, devemos sempre preservar a liberdade criativa para que não ergamos nenhuma obra a partir de amarras que apenas o próprio criador deve poder instituir. Devemos ainda preservar a obrigação que o artista tem de ser um manifestante activo contra o preconceito. Devemos celebrar a arte em todas as línguas, permitir a criação de dialectos desconhecidos e promover a troca de culturas. Devemos usar o inglês só porque sim, devemos aplaudir o cinema mudo. Devemos cantar na língua que bem entendemos ou simplesmente reproduzir sons que nos estimulem os sentidos e nos aconcheguem a alma. Devemos ambicionar que o nosso caminho se cruze com o dos demais e que desse cruzamento resultem novas espécies artísticas.
Por estes motivos e mais alguns, esta semana decidi partilhar convosco algumas músicas que aprecio, interpretadas nos mais diversos idiomas. Porque a música é o idioma no qual me reverei sempre.
[divider]
Keren Ann – Sur le fil
Bebe – Tu silencio
Gemma Hayes – Ae fond kiss
Elisa – Almeno tu nell’universo
Sigur Ros – Glósóli
Emiliana Torrini – Tvær stjörnur
Bjork – Gling-gló
Maria Bethânia-Tocando em frente
The Corrs-Buachaill Ón Éirne
Yael Naim-Levater
[divider]
Porque nós somos todas estas coisas e devemos agradecer todos os dias por podermos germinar tantos caminhos diferentes, sabendo que é importante cultivar a nossa aprendizagem através dos contornos de cada estrada.
Tenham uma boa semana.