A SIC parece ter encontrado alguma estabilidade na sua formula de fazer novelas e para que isso acontecesse foram precisos vários anos e o cunho da Globo, que é mestre em fazer programas de ficção. Ambas as estações são parceiras há anos mas só há alguns, não muitos, é que foi possível assistir a uma maior proximidade, quer a nível técnico ou através da presença dos atores brasileiros no nosso país. Também agora, depois de uma fase menos positiva, as novelas do canal brasileiro têm ganho terreno face às produções nacionais, o que não acontecia de forma tão notória.

Acontece que a Globo está agora a passar por uma fase menos gloriosa e isso pode fazer com que a SIC venha a atravessar um período conturbado também. As principais produções da Globo não têm conquistado os telespectadores e a crítica, tirando um ou outro caso, tem sido arrasadora. A velha fórmula de fazer novelas está gasta e a estação precisa urgentemente de achar uma outra maneira de conquistar o público. Diminuir os episódios das novelas e apostar na qualidade cinematográfica das mesmas é já uma realidade no Brasil. O cuidado com que as cenas são feitas é redobrado e tudo tem agora de estar minuciosamente perfeito.

Ainda assim o público não parece agradado com o que vê e começa a deixar para trás as novelas. As séries e as macrosséries são agora os conteúdos preferidos de grande parte dos brasileiros, que vê nestas produções um maior nível de qualidade e um desenrolar da história muito mais ágil. É por isso que a Globo inaugurou o horário das 23h00 com novelas mais curtas e diferentes das habituais. Por cá isso parece ainda estar longe, mas o certo é que há projetos em andamento na SIC dos quais ainda se houve falar muito pouco e dos quais ainda nada se sabe. De lembrar que Patrícia Muller está a escrever uma nova série para o canal, mas que pormenores ainda não foram conhecidos.

Com a união contratual entre as duas estações, a SIC poderia aproveitar esta nova fase da Globo e começar também ela a apostar em novos formatos. Já foram tentadas séries, mas sem grandes resultados, agora seria a vez das mascrosséries e das novelas mais curtas. No entanto seria preciso não cair na tentação de voltar à velha fórmula. É que se for para apostar numa nova forma de ficção será de louvar, caso contrário será mais do mesmo: uma novela disfarçada.