Entrevista – Joana Teles
Foto original: © Carlos Ramos
É apresentadora de televisão, conduzindo neste momento o Aqui Portugal da RTP1, mas também é conhecida no mundo dos blog’s com o seu projeto Bastidores. O Quinto Canal teve o prazer de estar à conversa com Joana Teles, e conta-lhe agora todos os pormenores dessa conversa em mais uma entrevista exclusiva.
Para quem não a conhece, quais são as palavras que melhor identificam a Joana Teles?
Honestidade, trabalho, determinação.
É atualmente um dos rostos mais mediáticos da estação pública. Como surgiu a oportunidade de integrar a equipa da RTP?
Tudo começou em 2006, quando a RTP lançou um casting nacional para novos rostos da estação. Concorri, prestei várias provas e a 6 de março de 2007 soube que tinha sido seleccionada com um dos 10 novos rostos da estação. Fomos apresentados no dia seguinte, a propósito da comemoração dos 50 anos da RTP. Foi um sonho tornado realidade e um motivo de orgulho. Afinal, foram mais de 5 mil inscritos!
Sempre sonhou ser apresentadora de televisão?
Sempre tive esse sonho, mas nunca achei que se pudesse de facto realizar. Mesmo quando fui prestar provas para o casting, nunca achei que pudesse ser seleccionada. Creio que essa postura me tenha ajudado a ser escolhida. Contribuiu para que me pudesse mostrar como sou. Sem artefactos, frases e posturas forçadas.
E alguma vez ponderou mudar de profissão mesmo após ficar conhecida do grande público pela apresentação?
Confesso que já fiquei desapontada com algumas situações, mas nada que me fizesse querer mudar de profissão. O difícil não é ser apresentadora de televisão, mas sim manter essa profissão. Como na biologia, é uma questão de seleção natural. Sobrevivem os mais aptos ao meio. Eu tento ter essa elasticidade. E creio que a tenho revelado. Sei esperar e tenho a permanente vontade de mostrar o que valho.
O público é inteligente e implacável.
Atualmente é uma das co-apresentadoras do Aqui Portugal. Como tem sido percorrer Portugal de norte a sul?
Muito gratificante. O “Aqui Portugal” faz um trabalho extraordinário. Descentraliza, mostra, dá voz. Da gastronomia ao folclore, a identidade da região está no programa. Promovemos o orgulho nacional. Temos terras fantásticas, pessoas muito talentosas e um profundo orgulho no serviço público que mostramos.
Já acompanhava anteriormente o formato?
Sempre que me era possível. Gosto de estar a par da programação.
Como tem sido a experiência de estar constantemente em contacto direto com o público neste tipo de programas de televisão?
Fascinante! Sentimos tudo ali. Se as pessoas gostam ou não do formato, se gostam ou não de nós. Não há filtros. E não há desculpas. É a televisão sem rede. Somos nós e o público. Ou corre bem ou então não se avinha grande futuro. O público é inteligente e implacável.
Com as audiências a terem um papel importante nos programas, sente essa “pressão” semanalmente?
Sinto a pressão de fazer mais e melhor. Por mim e pela confiança que me foi depositada por parte da RTP. Mas também porque sou muito exigente comigo própria. Detesto fazer menos bem ou saber que podia ter feito melhor. Enquanto tiver este olhar autocrítico, terei muito caminho por onde melhorar. Não há programa meu que não veja, critica que não faça, detalhe que não altere para o próximo programa. Só sei trabalhar assim e só acredito neste caminho para a excelência.
Não sou influenciada pelas marcas para escrever ou opinar.
Em dezembro de 2013 lançou o blog Bastidores. Como surgiu a ideia desse projeto?
O projeto foi-me proposto com base na minha atividade profissional e nas experiências que esta me tem dado, daí também o nome. Os “Bastidores”da televisão e da minha vida.
Sempre foi admiradora deste tipo de comunicação como o público no geral, especialmente os fãs?
Sem dúvida que é uma forma de comunicar. O Bastidores é uma espécie de diário onde escrevo e desabafo. Uma espécie de catarse. O meu primeiro blog foi lançado há cerca de 7 anos,mas a falta de escrita deixou-o esquecido. Hoje encaro o Bastidores como um espaço onde escrevo de tudo. Com sinceridade e transparência. Só volta quem quer. E são muitos os que o fazem. É sinal que deve ter algum valor.
Qual é o balanço que faz deste quase três anos de blog?
O melhor. A determinada altura, o Bastidores deixou ser um espaço onde apenas escrevo, para ser um espaço de partilha de dicas, de opiniões, de emoções. Recebo mail’s de pessoas com perguntas sobre variados temas, mas também com exposições de problemas onde perguntam a minha opinião. Respondo sempre. E adoro esta proximidade.
Em que é que o Bastidores se consegue diferenciar dos restantes projetos onlines do mesmo género?
Porque é o reflexo da minha personalidade, dos meus gostos, das minhas experiências e reflexões. Não é copypaste de nada nem de nenhum outro blog. Não sou influenciada pelas marcas para escrever ou opinar. Escrevo e opino sobre aquilo que acredito.
Adorava apresentar um programa de entrevistas (…)
Sendo apresentadora de um canal generalista, prefere a programação deste tipo de canais ou opta pelos temáticos?
Prefiro a programação de qualidade e nisso a RTP tem sido exemplar como canal generalista.
Costumas acompanhar algum programa de televisão em particular?
Gosto de estar atenta ao maior número de programas de televisão, mas o difícil mesmo é ter o olhar de espectadora e não de apresentadora de televisão. Esse exercício já é bem mais difícil.
Existe algum formato de sonho que gostasse de apresentar?
Adorava apresentar um programa de entrevistas, experiência que tive no Há Conversa da RTP Memória e que muito me fez crescer. Também gostava de experimentar um programa de talentos. O daytime também me iria satisfazer imenso! Está visto que estou aqui para ficar e trabalhar, certo?
Qual foi o momento mais caricato que já lhe aconteceu em direto?
Talvez estar a apresentar um programa dedicado às vindimas e num determinado ponto estar a falar em cima de um trator que começou a deslizar sem eu saber como o parar! A minha sorte é que ia passar para intervalo…
Para finalizar, uma mensagem especial para os seus fãs e leitores do Quinto Canal:
Agradeço-vos muito pelo carinho e simpatia com que me tratam, o alento que me dão e a energia que me transmitem para que continue a fazer cada vez melhor!