Qultura: «Nunca Mais Um Outro Agora» é apresentada esta semana

Em Nunca Mais Um Outro Agora reflete-se sobre o Tempo, tanto numa perceção pragmática, no ritmo e na métrica dos movimentos visuais e sonoros, como numa dimensão mais transcendente e abstrata: a de uma linha temporal sem fraturas entre passado, presente e futuro, onde tudo flui e se entrelaça.


Parte desta investigação passa pelo desenvolvimento de exercícios de controlo e de quebra de Tempo, como que numa brincadeira de infância do deus Cronos. Através do estudo e da prática destes exercícios, criam-se mecanismos que se aplicam nas disciplinas de trabalho,
procurando novas formas de interpretar o movimento, o som e a imagem a partir do conceito de Tempo. Interessa trazer à coreografia uma partitura de combinações e sequências múltiplas, contruir sets a partir da assertividade do ritmo, para depois criar fraturas e desvios que ecoam a dispersão e o caos, evocando a abstração e as possibilidades de interpretação do Tempo.

Na composição musical, com o instrumento concertina, aprofunda-se a sua expressão fazendo uso do sopro enquanto modulador de som, conectando as notas na duração das respirações emocionais, ligando-as pelas diferentes dinâmicas entre o dedilhar de botões e as lufadas do fole. No desenho de luz, procura-se, através da sua plasticidade, assentar um ambiente cenográfico à composição. Através das suas dinâmicas de chiaroescuro e das suas capacidades imagéticas, enfatiza-se o movimento, a presença do som, o espaço e os tempos de duração do olhar.

Nunca Mais Um Outro Agora reúne metáforas, forças e dinâmicas de relação com o momento presente. O momento em que lemos a força e a expressão do Tempo no espelho onde nos vemos. A peça estará em cena no próximo dia 11 de novembro, quinta-feira, no Teatro Sá da Miranda, com os bilhetes já disponíveis.


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