Judite de SousaDesde que Judite Sousa cometeu o erro de julgar Lorenzo Carvalho e de a TVI o ter convidado a marcar presença no Jornal das 8, muitos foram os telespetadores que se revoltaram, criticaram e até criaram movimentos no Facebook a denegrir a sua imagem. Entre tantas partilhas nesta rede social, Manuela Moura Guedes decidiu destacar um texto da autoria de Fernando Esteves. No mesmo, o jornalista faz uma comparação entre uma conversa que a atual profissional da TVI teve com uma colega da RTP e a sua entrevista a Lourenzo Carvalho.

Ora veja:

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Redacção da RTP há alguns anos. Uma jornalista e a sua chefe falam de trivialidades. A conversa resvala para questões financeiras. A chefe estava em vantagem – ganhava bem mais que os 600 euros que a jornalista levava para casa mensalmente. A dada altura, dirigindo-se à jovem interlocutora, afirma, extasiada: ” Tenho o teu salário calçado.” E tinha. Os magníficos Louboutin conferiam-lhe o pedigree que nunca tivera. Não nascera rica. O seu pai era funcionário do Partido Comunista Português. Talvez ganhasse pouco mais do que a sua colega de redacção.

Independentemente das origens humildes, sempre acreditou que a sua vida poderia mudar. Trabalhou mais do que todos os seus colegas e tornara-se uma jornalista de sucesso. Podia comprar uma boa casa, um bom carro e, naturalmente, muitos sapatinhos janotas sem que ninguém tivesse algo a ver com isso. Um dia, questionada por um jornalista sobre os seus sinais exteriores de “riqueza”, afirmou: “Gasto o meu dinheiro onde bem entender.”

Redacção da TVI, ontem à noite. A directora-adjunta da estação entrevista um jovem milionário que cometeu o enorme pecado de, num período de crise profunda do país, ter gasto uma fortuna na sua festa de aniversário. Durante a conversa, a jornalista apresenta o jovem como exemplo acabado de futilidade, um merdas que anda a ofender as pessoas com a estúpida exibição da sua incrível riqueza. O miúdo ainda tenta explicar que ajuda crianças e amigos como pode e quer, mas a jornalista é implacável: como é possível ter tanta massa e não andar pelas ruas a distribui-la pelos pobrezinhos, pelos 40%de jovens desempregados ou, até, pelos romenos que pedem nos semáforos?

O rapaz, talvez enebriado pela visível grandiosidade da jornalista, não respondeu à altura. Tenho pena. Talvez tivesse sido oporturno perguntar a Judite de Sousa – é dela que se fala desde o início do texto- se alguma vez pensou em vender os louboutins e distribuir o dinheiro pelas estagiárias da redacção. Ou se nunca lhe passou pela cabeça que, à sua escala, mandar à cara de alguém o facto de ter uns sapatos que valem o seu salário é bem mais indecente do  que, na sua cabecinha infestada por uma praga de insectos moralistas, significa uma festa para a qual se convida a bela Pamela.

Alguém devia explicar a Judite que ser rico não é pecado.Não há mal nenhum em ter dinheiro. Ela tem mais do que a esmagadora maioria dos portugueses e aparentemente não se envergonha do facto. Ainda esta semana foi notícia pelas fraldas – perdão, pelos biquinis – que exibiu na praia de um hotel da Quinta do Lago, um dos mais caros do país. Até por isso, a diva da TVI devia pensar antes de fazer figuras tristes. É que ontem só faltou mesmo rasgar a camisa cara que vestia, pegar fogo ao soutien e asfixiar o infante  Lorenzo até à morte. Menina feia.

In: http://fernandoesteves.com/blogue/2013/08/judite-porque-nao-queimaste-o-soutien/

Diogo Santos

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Marketing e Publicidade. Tenho uma grave obsessão por audiências desde os meus 14 anos. Espanta-se quem me ouve dizer que praticamente não vejo televisão. No entanto, basta fazerem-me uma pergunta sobre esta categoria, e a resposta surge em segundos. Querem testar? ;)

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