Eis que sem vermos o tempo a passar chegámos ao mês de Dezembro, o mês em que se faz o balanço do que melhor e pior se fez ao longo do ano. Como não poderia deixar de ser o Quinto Canal decidiu abordar o que se fez ao longo do ano no que toca às séries.

Existe durante o ano duas grandes fases no que toca à exibição de séries e que molda o calendário já estipulado há muito tempo para a aparição das mesmas. Uma série não surge no ar assim do nada. Há estudos de mercado e previsões feitas de qual a melhor altura para lançar este produto. Dito isto, há que realçar que existe uma enorme diferença entre a Summer Season e a Fall Season. Mais do que qualquer outra altura do ano estas duas são sem dúvida as que dominam todo o panorama televisivo. E apesar de existirem diferenças no que toca ao tipo de séries exibidas, a Fall Season ganha em todos os aspetos. Para já, porque pressupõe uma mudança climatérica que levará a que as pessoas comecem a passar mais tempo em casa e por conseguinte ver mais televisão. Por outro lado, por ser uma altura maior, prologando-se muitas vezes pela estação do Inverno, há mais possibilidades de surgir sempre novas ideias. Contudo, existe ao mesmo tempo uma maior concorrência que impossibilitará séries com algumas capacidades de singrar no mundo das audiências se as mesmas não forem bem aproveitadas.

Escusado será dizer que muitos foram os regressos esperados nesta temporada. Nomes como Fringe, Dexter, The Walking Dead, Homeland e American Horror Story, que já têm uma legião de fãs, investiram muito na publicidade das novas temporadas e foram sempre cativando os fãs apesar do longo tempo de espera. Não deixando para trás outros nomes, estas foram sem dúvida as estreias mais aguardadas. Existem porém novas séries, como Revolution e Arrow, que cativaram o público ainda antes do seu aparecimento oficial e que se juntam aos nomes anteriormente ditos no que toca às séries mais aguardadas da Fall Season. A par das séries mais esperadas, vieram também as séries canceladas precocemente: 666 Park Avenue, que prometia ser uma série sobre terror psicológico, ficou para tás nas audiências e sucumbiu ao seu poder.

Para melhor falarmos do panorama televisivo em geral irei tentar juntar as séries por categorias e destacar os nomes que melhor se enquadram.

Irei começar esta semana com as séries históricas, ou melhor dizendo, séries sobre determinadas alturas na História.

Temos primeiramente Spartacus, a história de um soldado Romano que após desafiar altas patentes é colocado no centro de uma disputa de gladiadores. Spartacus vence essa batalha e acaba por aumentar a fúria dos seus superiores e é feito escravo, vendo a sua família abusada e destruída por esse acontecimento. Nasce nele então uma sede de vingança que vai mudar o rumo da sua vida e do Império de Roma. Esta série é repleta de ação, sexo e uma agressividade natural, pois tenta retratar o máximo possível da realidade vivida nas batalhas de gladiadores, sem florear demasiado a coisa. Utilizando as ideias de realização e visuais provenientes do filme 300, esta produção criou uma legião de fãs que se têm mantido fiéis apesar das mudanças feitas no roteiro, tal como o imprevisto falecimento do ator principal.

De seguida, temos a série The Borgias. Localizada nos séculos XV e XVI, a história fala da família Borgia, rica e poderosa no seio do Vaticano, e dos crimes que esta cometeu para obter poder e conquistar o Papado. No centro da família está nada mais nada menos que Jeremy Irons, que interpreta Rodrigo Borgia, e que se torna a alma de toda a série. Tal como outras produções históricas, esta não pouca nas cenas de violência e sexo, e tem um enredo muito bem construído. É quase como que um brinde para os fãs do videojogo Assassin’s Creed, que se familiarizam com muitas das personagens, cenários e situações.

Para concluir, temos o drama Downton Abbey, que retrata o ambiente vivido no início do século XX na casa da prestigiada família britânica Crawley e dos seus empregados. Comtemplando toda a luxúria em que os Condes vivem e todos os segredos que guardavam, esta produção retrata um ambiente vivido pela realeza daquela altura e pela enorme diferença que existia nas mentalidades de cada um relativamente à distinção entre classes sociais.

Começa assim a saga do mês de Dezembro no que toca às séries. Fiquem atentos às próximas semanas pois poderão relembrar muito do que se fez este ano e ficar a conhecer algo novo caso tenham andado distraídos.

Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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