É na centésima nona edição que a figura de Manuel Luís Goucha surge na capa da revista Prevenir. O apresentador da estação de Queluz de Baixo aproveitou para falar nesta entrevista sobre a sua infância, profissão e relação com Cristina Ferreira.
Depois de ter renovado o contrato com a estação de Queluz de Baixo até 2018, o “rei” das manhãs da TVI confessou que o sucesso do seu programa se deve à personalidade dos rostos do mesmo. «Não somos alinhados e isso é muito interessante num país de gente muito alinhada em termos religiosos, políticos, sociais. Nós não temos dono», começou por dizer. O facto de serem assim leva a que se desenvolva uma relação de cumplicidade entre dois colegas de trabalho. «A Cristina potencia muito a minha rebeldia e eu espicaço muito a rebeldia dela», referiu.
Fazendo uma retrospetiva à sua carreira, Manuel Luís Goucha recordou o formato Momentos de Glória, transmitido pela TVI. O apresentador não teve a coragem suficiente para rejeitar a proposta do canal da Media Capital quando não se sentia preparado para o conduzir. «Há duas décadas, em termos profissionais, era capaz de ser muito deslumbrado com o sucesso. Depois a vida encarregou-se de me dar um grande fracasso: o programa Momentos de Glória. Não estava preparado, não tinha idade, não tinha estrutura cultural para aguentar um programa daqueles, mas fi-lo. Fui vaidoso. Devia ter tido a humildade de dizer “ainda não aprendi o suficiente”. Fui trucidado pela crítica, fiz psicanálise e afetivamente estava em rutura com uma relação de onze anos. Foram seis meses terríveis», esclareceu à Prevenir.
Para ultrapassar este momento o apresentador teve de voltar às suas bases, para dar alma aos programas da manhã. «Tive de recomeçar, de voltar à casa de partida, aos programa da manhã da RTP e, a partir daí, as coisas foram-se compondo», concluiu.