Rui Unas: «O “Curto Circuito” continua a fazer sentido»

O livro Nascido e criado na Margem Sul foi um dos seus últimos projetos. Aquele que já deu nas vistas no Curto Circuito, e que ainda hoje se mantém ligado ao formato pelo facto de ser sócio da empresa que o produz – a Sigma 3 -, é reconhecido na generalista em Sol de Inverno e em Vale Tudo. Perto de completar 40 anos Rui Unas é a capa da Notícias TV desta semana e falou sobre o programa da SIC Radical. «O Curto Circuito continua a fazer sentido. O programa aproveitou formas de comunicação com o público que nós não tínhamos na altura. Nós utilizávamos o telefone, o fax e o miRC. Hoje há o Facebook, o Instagram o Twitter, o Skype. Hoje em dia o programa é para outro público. Ainda ouço bastantes vezes “ah! o CC no meu tempo é que era bom”. Não. Fez sentido naquela altura, o público daquela altura é diferente, tem a minha idade. Hoje, são crianças de 12, 13, 14 anos, que já cresceram com a Internet, que veem o programa», disse.

Sobre o facto de as audiências do formato conduzido por João Manzarra não serem superiores às de A Tua Cara Não Me É Estranha (ao contrário das de Sol de Inverno sobre as novelas da TVI ), o ator referiu o seguinte: «Não sou a pessoa certa para falar sobre isso porque, para  já, porque não vejo a novela da TVI. Não sei o que é que eles têm a menos. Sei que nós temos um produto muito bom e, se é por mérito nosso ou demérito deles… quero acreditar que por mérito nosso. Em relação ao Vale Tudo… não sei explicar, A nossa proposta tem aquelas características, são pessoas adultas a comportarem-se como crianças, a brincarem, a divertirem-se sem nenhum fator de competição. Se as pessoas preferem ver crianças a tentarem ser adultos, pronto.»

Rui Unas aproveitou igualmente para recordar o trabalho extraordinário realizado em O Último a Sair. «Foi um programa muito singular, porque era uma sátira. Deu possibilidade aos atores de darem o seu cunho pessoal, de serem eles sem serem eles… O mais curioso é que foi na televisão pública que, à partida, seria a última a arriscar. Mas era também aquela que mais legitimidade tinha para apostar num programa com aquelas características», confessou.

Diogo Santos

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Marketing e Publicidade. Tenho uma grave obsessão por audiências desde os meus 14 anos. Espanta-se quem me ouve dizer que praticamente não vejo televisão. No entanto, basta fazerem-me uma pergunta sobre esta categoria, e a resposta surge em segundos. Querem testar? ;)

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