O comércio eletrónico revolucionou os hábitos de consumo. Em 2024, a União Europeia importou 4,6 mil milhões de pequenas encomendas de baixo valor (até €150).
São 12,6 milhões de encomendas por dia, o dobro do registado em 2023 e o triplo de 2022. Prevê-se que este ano seja atingido um novo recorde de 8 mil milhões de pacotes. Mais de 90% deste comércio eletrónico vem da China, através de duas plataformas usadas por 75 milhões de consumidores europeus, a Shein e a Temu.
A Comissão Europeia afirma que muitas destas pequenas importações não cumprem a legislação europeia, havendo cada vez mais produtos nocivos a entrar no espaço europeu. As alfândegas, entupidas de pacotes que têm de chegar ao consumidor num curto espaço de tempo, não têm meios para fiscalizar e travar a entrada de produtos contrafeitos, produtos que continuam a usar químicos proibidos da União Europeia e que escapam ao pagamento de taxas aduaneiras e do IVA.
Os produtores têxteis, como é o caso dos industriais portugueses, franceses e italianos, acusam as plataformas digitais da ultra fast fashion, de concorrência desleal por desrespeitarem as regras europeias que os impedem de fabricar com substâncias potencialmente perigosas para a saúde.
A Grande Reportagem da SIC ouve esse descontentamento, encomenda e coloca para testagem alguns desses produtos; toma o pulso à resposta da UE para controlar melhor o comércio digital.
A peça jornalística é emitida esta quinta-feira, dia 22 de maio, no Jornal da Noite.
