Crime + Investigation estreia «Quebrando O Silêncio»
Mostrando o processo de duas instituições ultraortodoxas judaicas acusadas de cobrir e proteger pedófilos, Quebrando O Silêncio já tem data de estreia.
Como é que um jovem de 12 anos sobrevive quando foi vítima de abusos sexuais levados a cabo por líderes da comunidade que deviam zelar pelo seu bem-estar? De que forma se cresce em silêncio para se tornar um líder da comunidade judaica e um dos mais conhecidos defensores e cruzados contra os abusos sexuais de menores da Austrália entre a comunidade geral e judaica, a nível nacional e internacional? De que forma sarou as feridas do passado e ajuda outros a fazerem o mesmo?
No especial Quebrando O Silêncio, que tem estreia marcada no canal Crime + Investigation este sábado às 23 horas, os telespetadores ficarão a conhecer a história do sobrevivente Manny Waks, que apresentou provas contra duas instituições ultraortodoxas judaicas acusadas de cobrir e proteger pedófilos durante os anos 80 e 90. Nascido em 1976, Waks, o segundo de 17 crianças, cresceu na comunidade Chabad de Melbourne, uma seita ultraortodoxa do judaísmo que controlava a sua vida. Vivia em frente à Yeshivá. Em casa a disciplina era rigorosa.
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Todos os problemas, grandes e pequenos, eram levados ao rabi que ditava as soluções. Era exigida obediência absoluta a crianças e adultos e as armas de escolha em impô-la, conforme evidenciado pelo tratamento dado a Waks e outras vítimas de abuso sexual e suas famílias, eram a vergonha, exposição ao ridículo, ostracismo, falatório desagradável e difamação total. A vida na comunidade Chabad em que todos obedeciam às leis sem as questionar e eram infantilizados até ao ponto de muitas vezes não conseguirem avaliar decisões de forma independente ou fazer juízos morais de acordo com a sua consciência causava uma hierarquia de impotência que muitas vezes encontrava expressão no abuso de poder. As crianças nestas situações são as mais vulneráveis e vezes demais as vítimas fáceis.
Quando Waks se tornou vítima do segundo agressor não contou a ninguém, no entanto pouco depois tornou-se do conhecimento geral na Yeshivá e as intimidações intensificaram-se. Numa reação típica de vítima ele culpou-se a si próprio de forma consciente e inconsciente. Sentiu vergonha, embaraço e humilhação, começou a ter mau desempenho escolar e tornou-se conflituoso. Foi retirado da edução formal e passou para os estudos religiosos a tempo inteiro, mas rapidamente começou a ignorar várias práticas religiosas e a consumir bastantes bebidas alcoólicas. Nesta série os telespetadores vão acompanhar, pela primeira vez, os rabinos e oficiais acusados dos encobrimentos a tomarem a palavra e a serem questionados no Tribunal de Melbourne.
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Em Quebrando O Silêncio é também é revelado que Manny não foi o único membro da família abusado pelos mentores, com o pai de Manny, Zephaniah Waks, conta que outros dois filhos sofreram abusos por um Professor do Centro Yeshivah, David Kramer, nos anos 90.