Audiências partilhadas pela Gfk sob suspeita?

O jornal Nascer do Sol decidiu fazer uma peça sobre a veracidade das audiências disponibilizadas pela Gfk. Tendo em conta a amostra de 1100 lares, os dados partilhados nem sempre acompanham as trends das redes sociais.


Este é o ponto de partida para a dúvida que existe à volta dos números, se são representativos daquilo que a população vê ou não. Afinal, os audímetros instalados representam apenas 3000 pessoas, uma percentagem muito reduzida do universo da população portuguesa.

Como alternativa surge a ideia de as audiências serem medidas através das três principais operadoras – Altice, Vodafone e NOS – já que 90% dos portugueses tem TV Cabo. No entanto, e de acordo com António Salvador, managing da Gfk “as operadoras não saber quem está a ver o quê”. Afinal, “o que as operadoras sabem, em regra, é aquilo que quando a pessoa carrega no comando para ver um determinado canal, o server da operadora sabe o que está a ser emitido. Não sabe quem está a ver e nem sequer sabe se está a ver. Sabe apenas que está a emitir. Se eu não desligo a box, ela continua a dizer que estou a ver aquele canal onde estava quando desliguei”.

Para corrobar esta versão da história, a CAEM garante que as “boxes das operadoras, apenas registam o facto de estarem ligadas ou desligadas e se ligadas em que canal”. Não permite, desta forma, fazer qualquer classificação sociodemográfica da audiência. 

Assim, têm surgido algumas questões relativas ao facto de determinados programas criarem um buzz muito grande nas redes sociais. No entanto, quando olhamos para as audiências no dia seguinte, o mesmo não se recupercute na tabela dos formatos mais vistos do dia. É o caso de All Together Now e Cristina ComVida. “Temos efetivamente detetado essa discrepância”, disse fonte da estação de Queluz de Baixo.

Já a SIC afirma que “mais importante do que alargar o número de participantes do painel, é garantir o cumprimento das regras de gestão do painel e o rigor e transparência com que os dados são recolhidos, tratados e reportados”.

Por fim, não esquecer que a Gfk vai manter a auditoria das audiências de televisão em Portugal até 2026, depois de ter sido escolhida, em concurso, pela CAEM.

Diogo Santos

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Marketing e Publicidade. Tenho uma grave obsessão por audiências desde os meus 14 anos. Espanta-se quem me ouve dizer que praticamente não vejo televisão. No entanto, basta fazerem-me uma pergunta sobre esta categoria, e a resposta surge em segundos. Querem testar? ;)

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