Só Séries: Vírus vampírico em «The Strain»

A premissa desta série convenceu-me desde cedo por trazer de volta a imagem dos vampiros antes de Twilight e The Vampire Diaries: estas criaturas sanguinárias não são fruto do desejo de uma adolescente mas sim coisas hediondas que matam pelo simples prazer de se alimentarem.

Baseada na trilogia de livros A Estirpe, escrita Guillermo Del Toro juntamente com Chuck Hogan, a história segue uma epidemia vampírica, de uma antiga linhagem, que se começa a propagar a grande velocidade invadindo, em poucos dias depois do foco de contágio, toda a ilha de Manhattan. Ephraim Goodweather (Corey Stoll), Nora Martinez (Mía Maestro) e Jim Kent (Sean Astin) são três funcionários do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) que terão que combater a propagação deste vírus e contam com a ajuda do misterioso Abraham Setrakian (David Bradley), que carrega sempre consigo uma espada de prata. Por outro lado, Eldritch Palmer (Jonathan Hyde) é um bilionário que provoca a propagação do vírus, sob o comando do sombrio Thomas Eichorst (Richard Sammel).

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A história é um dos pontos fortes e traz de volta a imagem dos vampiros como criaturas hediondas. A última vez que vi algo assim foi em Blade Trinity, que chegou aos cinemas há dez anos atrás. Contudo, a escrita da série não é de todo regular e a procura por outras histórias fora da central tem-se revelado um fracasso. Algo também ajudado pela prestação medíocre de alguns atores que não têm aproveitado o tempo de destaque que lhes é dado para terem alguma importância. Alguns dos diálogos tornam-se demasiado mecanizados e nota-se a falta de química entre alguns atores. No meio disto tudo, o destaque vai para Richard Sammel, que interpreta o vampiro por detrás do plano da propagação do vírus. A sua presença, os seus movimentos e até mesmo os seus diálogos são bastante bons e ele consegue incutir medo com a sua prestação.

Considerando que a série retrata os vampiros como criaturas hediondas, o grande desafio seria elaborar os efeitos visuais de forma a dar alguma credibilidade à ideia. E tenho que confessar que gostei bastante do facto da caracterização ser feita com próteses e não por computador. Não só dá um ar mais real às criaturas como as torna ainda mais assustadoras. E mesmo os efeitos visuais computadorizados estão bons e de acordo com as cenas em que são exibidos. Contudo esta série não é para qualquer espectador pois contém cenas muito violentas e nojentas. Por outro lado, o som e a banda sonora são outras características positivas na série e ajudam imenso a criar aquela aura de medo e suspense, indispensáveis para o género de série de terror que The Strain é (admito que já dei uns quantos pulos na cadeira).

Com uma pontuação de 8,2 no IMDb, The Strain tem dividido os fãs devido às falhas nas prestações do elenco e no conteúdo da história. Eu acredito que estas dificuldades são apenas iniciais e que mais para a frente teremos a série no seu esplendor total. É que é sem dúvida uma lufada de ar fresco para os fãs do género (como eu) e tem tudo para se tornar uma referência futura no panorama televisivo.

Deixo-vos aqui o trailer mas volto a avisar que algumas imagens poderão ferir as suscetibilidades dos espectadores.

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Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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