Só Séries: Serão as séries assim tão viciantes?

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Quero desde já desejar um Feliz Ano Novo a todos os leitores do Quinto Canal, com muito amor e saúde, e que em 2014 os seus desejos se realizem.

Sendo este o meu primeiro artigo do novo ano, não vou apresentar nenhuma série como faço habitualmente. O verdadeiro propósito de vos estar a escrever esta semana é porque ainda não tive a oportunidade de deliberar sobre um artigo que saiu no site do Público a semana passada. O título já por si é bastante intrigante e a minha curiosidade não poderia ser maior: As séries de TV são tão viciantes quanto as drogas?

Se tiverem oportunidade (e se ainda não leram), acedam ao link em cima e verifiquem de que forma foi feito o estudo. A minha reação, após uma enorme revolta com o título, foi de uma estranha aceitação. Porque de facto estamos tão submersos neste tipo de produto de entretenimento que nem nos damos conta do quão viciados estamos. Admitindo ser uma consumista fervorosa de séries americanas sei que não sou a única que passa horas e horas a ver as mais diversas produções. Muitas dessas séries, confesso que começo a ver para apresentar aqui no Quinto Canal mas que posteriormente abandono por não me suscitarem interesse. Outras, fui começando a ver para substituir os vazios temporais deixados por aquelas produções que seguia mas que foram canceladas ou terminadas. Mas este meu vício acaba por ser um ciclo porque há sempre uma nova série que me faz vibrar a cada episódio. E é muito frustrante o tempo de espera que às vezes existe entre episódios, sem contar com os longos meses, anos até, entre temporadas.

Nesse aspeto, sim, as séries são uma droga. Primeiro deixamo-nos levar por todas as suas tramas, personagens e interiorizamos todos os seus conceitos. Depois, somos bruscamente afastados desse produto caloroso, ansiosos para que possamos regressar para mais aventuras. O preocupante é que os produtores das séries já começaram a se aperceber do vício do público e começaram a criar condições para que o mesmo se mantenha o maior tempo possível. E muitas vezes são gerados os tais cultos, frutos não só de um vício mas de um fanatismo enorme por determinada série. Outro aspeto interessante desse artigo é a referência a personagens que têm um efeito “quase orgasmático” nos espectadores. O facto de Sheldon, de The Big Bang Theory, e o Daryl, de The Walking Dead, partilharem o pódio das personagens mais viciantes é tão épico e ao mesmo tempo muito previsível. Eles são símbolos que já transcenderam as séries onde se encontram e existe um enorme culto a estas duas personagens.

Apesar de ter este meu vício, considero que existem hábitos que têm que ser moldados. O passar muitas horas em frente ao computador ou à televisão a ver séries não é saudável e é importante que cada pessoa crie a sua própria rotina para que não se prejudique com este vício (isto para aqueles que não têm trabalho ou que passam demasiadas horas no computador/televisão). É que além de não sair à rua, há pessoas que adquirem hábitos alimentares desregulados o que pode ter implicações na sua saúde. Viver única e exclusivamente para o material que uma série dá não é também seguro. E a grande preocupação deviam ser os jovens que, sem uma regulação dos pais ou responsáveis, acaba por cair na realidade de determinada série e interpretar como a sua realidade (um dos comportamentos que faz alusão ao que acabei de dizer é quando alguém só fala de uma determinada série, só vive para essa série e tudo que cria à sua volta está relacionado com isso).

Não obstante, estou muito ansiosa para ver o que se irá passar no panorama televisivo deste ano. Venho agora pedir o vosso apoio na escolha das séries que querem que apresente no Quinto Canal. Espreitem as minhas análises anteriores e deixem sugestões 🙂

Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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