Só Séries: Quem é a presa e o predador em «The Stalker»

Após uma semana de ausência, uma vez que tenho que recuperar muito tempo perdido das antigas séries que costumo acompanhar, decidi novamente trazer uma novidade desta Fall Season e que tem deixado o público um pouco dividido. Se são fãs de séries policiais, esta sugestão é para vocês.

Stalker é o novo drama policial do canal CBS e incide sobre casos de perseguição (stalking) que os detetives de Los Angeles têm que resolver. A divisão especialista nestes casos é chefiada por Beth Davis (Maggie Q.), uma detetive perita e focada no seu trabalho, traumatizada por eventos ainda desconhecidos. Ela procura alguém para preencher uma vaga na sua divisão e Jack Larsen (Dylan McDermott), também muito bom naquilo que faz mas que tem um temperamento complicado, é o melhor candidato (com um grande fator c). A equipa é também composta por Ben Caldwell (Victor Rasuk) e Janice Lawrence (Mariana Klaveno), que auxiliam os principais detetives nas mais variadas tarefas. Ao longo dos episódios são apresentados casos que a equipa terá que resolver, ao mesmo tempo que vamos descobrindo os mistérios no passado dos protagonistas.

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Para analisar esta série é fundamental colocá-la numa categoria à parte das restantes séries policias que são exibidas na televisão. Aqui não são procurados apenas assassinos mas principalmente pessoas que perseguem outras pessoas. E cada caso tem influência direta na dinâmica do grupo. E na minha opinião a série tem uma base sólida e interessante no que toca à sua história. É-nos apresentado uma equipa sem sabermos quase nada sobre a mesma e vemos que os próprios também pouco sabem sobre cada um. E é interessante verificar que à medida que o grupo começa a ficar mais coeso, uma vez que a entrada de Jack não é bem-vinda, nós próprios começamos a descobrir mais sobre aquelas personagens. Por outro lado, os casos apresentados na série são também interessantes e bastante atuais, não caindo nem no preconceito nem no ridículo. E o mais cativante da série é que deixa no ar a questão de quem é afinal a presa e o predador (sim porque existe um twist genial com uma das personagens principais que vos vai deixar de queixo caído).

O elenco é no geral bastante bom e tem uma boa dinâmica, ao contrário do que acontece em muitas produções do género, nas quais os diálogos são demasiado mecanizados. Não existe nenhuma prestação excelente mas sem dúvida Maggie Q tem imensa importância no carisma da série. Sem sair muito da postura que já nos tinha habituado em Nikita, ela consegue dar uma performance de boa detetive e mostrar o seu lado emocional. Por outro lado, não consigo gostar de Dylan McDermott. Apesar de estar bem melhor aqui do que em Hostages, acho que é um ator pouco versátil no que toca à utilização de expressões faciais e apenas no último episódio consegui ver algo mais do que um polícia.

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Uma vez que a série ter um forte teor de thriller, era preponderante que a edição de cada episódio funcionasse de acordo com isso e, acreditem, está genial. Claro, tem aqueles típicos clichés com espelhos e sombras, mas a posição da câmara (muitas vezes colocada na perspetiva do perseguidor) assim como as variações da mesma estão muito bem-feitas. No fim, acaba por não ser necessária a utilização de muitos efeitos visuais uma vez que a captação de imagens está muito bem conseguida.

Por último, o que realmente me marcou em Stalker é a banda sonora. O leque de músicas é bem variado, desde as típicas instrumentais a músicas pop. Contudo, cada final de episódio tem sido pautado por um cover de uma música temática. Não bastava ser o final e o momento de maior tensão no episódio como ainda os editores colocam lá covers negros de músicas conhecidas do público (por exemplo a previsível Every Breath You Take, mas também Creep, One Way or Another, Don’t You (Forget About Me), estão a perceber o estilo, certo?).

Stalker pode não ser uma série excelente (ainda) mas caminha para um sucesso inegável. O problema? As audiências, que teimam em obrigar ao cancelamento de séries do género. E sei que nem todos conseguem perceber o potencial da série, cheia de mistérios e de pormenores geniais (não fosse a série do mesmo criador que The Following). Mas a verdade é que esta produção nos prende a atenção do início ao fim e hoje em dia isso já é muito difícil de acontecer… Espreitem esta produção, não se irão arrepender 😉

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Como presente deixo-vos um dos covers que me conquistou

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