Só Séries: Luta pela sobrevivência da Humanidade em «The 100»

Mais uma semana e mais um Só Séries dedicado a uma produção televisiva de ficção científica (da qual sou uma fã confessa). Curiosa pela premissa desta série deixei-me levar nos primeiros episódios por aquilo que seria um tema interessante de explorar. Mas o que parecia uma oportunidade para a criação de uma boa série revelou-se mais um flop juvenil. Contudo, The 100 veio para ficar (ao contrário de melhores séries do género já canceladas).

the 100

Inspirada na obra com o mesmo nome, a nova série do canal The CW tem como história principal a luta pela sobrevivência da Humanidade. A viver numa nave espacial gigante, os últimos sobreviventes humanos conseguiram fugir de uma Terra inabitável após uma guerra nuclear e vivem no espaço há largos anos. Contudo, os recursos começam a esgotar-se na The Ark e o Chanceler Thelonius Jaha (Isaiah Washington) vê-se obrigado a enviar uma expedição para a Terra, a fim de verificar se esta já é habitável novamente. O grupo escolhido é composto por 100 prisioneiros com idade máxima de 18 anos (uma vez que os delitos cometido por pessoas mais velhas tinham como sentença a morte) que são obrigados a sobreviver a esta nova sentença. Liderados por Clarke Griffin (Eliza Taylor) e Bellamy Blake (Bobby Morley), os jovens acabam por se dividir em grupos distintos e percebem que terão que ultrapassar as suas adversidades de maneira a sobreviver aos perigos da Terra. É que além de várias tempestades nucleares o planeta é habitado por animais estranhos e várias tribos humanas (The Gounders).

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Como já referi, a premissa da série era bastante interessante e apesar de não ser totalmente original, abordava um tema atual e sensacionalista que nos provoca sempre alguma reflexão. Contudo, o facto de utilizar como protagonistas um grupo de jovens deita por terra qualquer expectativa de uma série de ficção científica digna. Primeiro, porque dá a ideia que a Terra só será povoada por pessoas atraentes. Depois porque está um grupo de jovens completamente sozinho sem qualquer tipo de supervisão parental, entregue à sua sorte. Apesar de ser muito melhor que Star Crossed (que foi na minha opinião uma tentativa de recriar Roswell, com muito menos carisma), The 100 peca por em grande parte do tempo dar primazia aos dramas juvenis. Perto do final da temporada é que alguns destes dramas foram deixados de lado dando lugar a incessantes lutas (finalmente) com os habitantes nativos desta nova Terra.

O grupo de atores escolhidos está homogéneo no que toca às suas representações, uma vez que não há ninguém que se destaque nem pela negativa nem pela positiva. Alguns diálogos parecem-me forçados e muitas atitudes mecanizadas, mas no geral o grupo tem alguma química e consegue proporcionar momentos cómicos e momentos dramáticos com boa qualidade.

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Os efeitos visuais deixam um pouco a desejar, considerando que o canal The CW já tem uma vasta experiência nesta parte. É de louvar que grande parte dos cenários apresentados são realmente físicos e não frutos de um génio informático mas há aspetos que podem ser melhorados e penso que na segunda temporada irão ser desenvolvidos mais alguns pormenores. Tal como era de esperar, esta série tem algumas restrições no que toca a mostrar cenas de sexo mas quase nenhuma no que toca a cenas de violência (o que na minha modesta opinião demonstra nada mais nada menos que uma falsa moralidade). Não que seja uma série muito violenta, que não é, mas algumas cenas são em exagero comparando com o tom desta produção.

No geral, The 100 é uma série que serve apenas para entreter e que nada mais pode acrescentar ao nosso intelecto. Tenho pena pois estava à espera de mais. Contudo confesso que vi até ao fim para tentar perceber como conseguiria o grupo sobreviver. A história acaba por se tornar tão surreal que só dá vontade de rir. Não obstante, desafio-vos a espreitarem esta série e caso já a conheçam, deixem nos comentários a vossa opinião 😉

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Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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