Só Séries: 5 motivos para ver «La Casa de Papel»

Após uma longa pausa, o Só Séries regressa em força com um destaques de 2018. La Casa de Papel tornou-se rapidamente num fenómeno e é sem dúvida uma das produções favoritas a ganhar o título de melhor série do ano.

Criada por Álex Pina para a rede televisiva espanhola Antena 3, La Casa de Papel foi posteriormente adquirida pela Netflix que a tornou num fenómeno mundial. Rapidamente tanto críticos como fãs se renderam à história e às suas personagens. Questiono-me até que ponto esta série teria tido a repercussão que teve se a plataforma digital não a tivesse comprado. Não obstante, a Netflix só permitiu que mais pessoas conseguissem assistir a esta obra genial. Ficam aqui cinco motivos porque devem de ver La Casa de Papel:

1 – A história

O Professor (Álvaro Morte) está a planear o maior assalto e infiltrar-se na Casa da Moeda a fim de imprimir 2,4 bilhões de euros. Para tal, junta uma equipa composta por Tókyo (Úrsula Corberó), Nairóbi (Alba Flores), Berlin (Pedro Alonso), Moscou (Paco Tous), Denver (Jaime Lorente), Rio (Miguel Herrán), Helsinque (Darko Peric) e Oslo (Roberto García). A escolha do nome das personagens foi feita para que nenhum deles, em caso de captura, identifica-se os seus companheiros. Durante os 11 dias que ficam encarcerados na Casa da Moeda, o grupo tem que lidar com 67 reféns e a polícia, esta última que demorou a perceber a finalidade do assalto.

O brilhante da série acaba mesmo por ser o plano genial que o Professor criou, antecipando-se a quase todos os movimentos das forças de autoridade. O espectador é levado a pensar vezes sem conta que algo está a correr mal mas está tudo programado. São tantas as reviravoltas que é praticamente impossível acabar de ver um episódio e não ir ver o próximo.

La Casa de Papel

2 – O elenco

É através de flashbacks que vamos conhecendo melhor as histórias daquelas personagens e como eles próprios se acabam por tornar símbolos revolucionários. E o elenco parece ter sido escolhido a dedo porque as suas interpretações têm uma enorme qualidade. Até mesmo os mais calados conseguem ter momentos marcantes.

Apesar de o Professor ser o cabecilha do grupo, a verdade é que Berlin acaba por ser bem mais enigmático. Berlin é o chefe do grupo quando estes estão fechados na Casa da Moeda e a sua personalidade torna a interação entre as outras personagens muito mais interessante. Ele tem um carisma inato e no final o espectador acaba por ser surpreendido pelas suas ações.


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3 – Banda sonora

La Casa de Papel prima também pela variedade de músicas e estilos que apresenta em cada episódio. Entre tantas músicas de vários países, destaco Fado Boémio e Vadio de Piedade Fernandes, que se ouviu logo no início do quinto episódio da primeira temporada. A produção não se limitou neste aspeto e apresenta uma banda sonora brilhante e variada. E não é tão bom quando uma música portuguesa aparece naquela que é a série sensação do ano?

Mas uma coisa é certa: mesmo se ainda não viram a série, de certeza que algum dos vossos amigos já vos cantou Bella Ciao. Porquê? Porque é a música que o grupo canta em vários episódios e torna-se mesmo no seu hino. A origem desta música remonta ao século XIX e foi adaptada durante a Segunda Guerra Mundial, tornando-se num símbolo da Resistência italiana contra o Fascismo. Uma vez que o grupo de assaltantes se considera revolucionário, a produção teve a brilhante ideia de adotar esta música e a versão cantada por Berlin tornou-se num dos momentos mais épicos da série.

Comparem esta versão:

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com esta

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4 – Realização

O sucesso de La Casa de Papel resulta de vários fatores que têm uma qualidade superior a muitas outras séries atuais. E se a qualidade da história e do elenco não é suficiente para os convencer, então fiquem também a saber que a nível de realização é uma série igualmente acima da média. Os planos, tanto médios como de pormenor, e os movimentos de câmara são muito bons e toda a encenação das cenas está muito bem feita.

Nada é apresentado ao acaso e a realização faz questão de enaltecer este aspeto uma vez que os planos de pormenor são meticulosamente inseridos nas cenas para dar ainda mais dramatismo.

5 – Crítica ao capitalismo

Sem entrar em grandes teorias, La Casa de Papel acaba por ser uma crítica à sociedade capitalista em que vivemos, dominada por quem tem dinheiro suficiente para comprar a lealdade de quem os rodeia. As máscaras de Dali não foram escolhidas à toa, nem a cor dos fatos que os assaltantes usam. Até mesmo a música Bella Ciao é uma prova que os roteiristas pensaram em pequenos detalhes para o espectador associar os assaltantes a um grupo revolucionário.

Na própria série, as ações do grupo acabam por dividir a opinião pública – tudo parte do plano genial do Professor – e ao longo dos episódios é várias vezes debatida a questão: afinal, quem são os maus da fita?

La Casa de Papel

La Casa de Papel tem duas temporadas e ambas estão disponíveis na Netflix. Se ainda não viram, estão à espera do quê?

Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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