Se há séries que conseguem chamar o grande público e cativá-lo durante algum tempo são aquelas que nos apresentam a vida dos heróis do dia a dia: polícias, médicos ou bombeiros que ultrapassam muitos obstáculos com a condição de salvar o máximo de vidas humanas possíveis. CSI continua no ar, Grey’s Anatomy é um exemplo de sucesso e temos agora do outro lado Chicago Fire.

Acabadinha de chegar ao canal NBC esta produção é mais um nome para se juntar à já grande lista de séries sobre estes profissionais. A história foca-se nos bombeiros e paramédicos de um quartel em Chicago que combatem diariamente os fogos mais instáveis ao mesmo tempo que lidam com os seus problemas pessoais. O teste chega quando um dos bombeiros morre e se cria uma divisão ainda maior no quartel no que toca a indicar de quem foi a culpa da sua morte. No centro da trama temos então os tenentes Matthew Casey (Jesse Spencer) e Kelly Severide (Taylor Kinney) que tentam ultrapassar a morte do amigo e manter a unidade e amizade entre os outros bombeiros.

Dito isto, nada de novo e original se pode destacar nesta série. É mais uma visão das atrocidades e desafios que sofrem aqueles que dedicam a sua vida a salvar a dos outros. No entanto, deixa a sua própria marca por entre os nomes da lista de produções do género. Seguimos as escolhas que os bombeiros fazem, partilhamos das suas frustrações e finalmente conseguiu puxar pelo seu lado emotivo nestes últimos episódios. Compreendo o porquê de isto ter acontecido. Por um lado, os criadores queriam chamar o público, dar todos os trunfos para cativar os espetadores e só depois começar a investir seriamente na componente mais forte que este tipo de séries pode ter: ser emotiva ao ponto de puxar pela emoção do espetador.

O trunfo utilizado então pelos produtores para cativar o espectador é sem dúvida o leque enorme e variado de atores que participam na série. Muitas caras são conhecidas de outras produções televisivas e existe uma forte aposta nas qualidades físicas dos intérpretes. Porém esse todo sex-appeal não é em demasia o que é bastante importante para não se tornar uma série com caras bonitas apenas. A própria prestação dos atores está de acordo com os parâmetros da série e os diálogos surgem de forma fluída e natural. Neste aspeto tenho que destacar o ator Eamonn Walker, que interpreta Wallace Boden, o chefe do quartel, pois a sua atuação é muito boa. Este senhor impõe respeito!

O truque para a série resultar e porlongar por mais temporadas é continuar a inovar e não cair na repetição de dramas chegando ao ponto de exaustão. Os criadores têm muito por onde pegar e acredito que Chicago Fire possa chegar longe se for bem aproveitada. É sem dúvida uma produção com drama, comédia, ação e muito cativante para quem gosta de séries do género.

Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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