Pedro Granger: «A TVI que existe hoje não tem nada a ver com a TVI que existiu durante 10 anos»
Há um ano atrás a capa da edição número 189 da Notícias TV dava destaque a Pedro Granger, na altura a mais recente estrela televisiva a abandonar a estação de Queluz de Baixo. O que para muitos não passava de uma especulação, acabou por ser uma autêntica novidade, uma vez o ator e apresentador se cansou do ambiente vivido na TVI. Segundo ele, o canal da Media Capital chegou ao ponto de «fazer mais do mesmo.» Sem inovar na produção de ficção e de entretenimento, Pedro Granger não teve outra alternativa se não aliciar-se pela possibilidade de vestir a camisola da SIC, onde poderia conduzir formatos ao estilo do Ídolos.
«O que penso é que não nos podemos encostar aos louros conquistados. É preciso diversificar. O que havia na TVI neste momento para mim era mais do mesmo. Até porque em termos de entretenimento, a TVI não tem uma oferta tão diversificada como os outros canais.»
Foram estas algumas das declarações desta figura que tantos portugueses conhecem, quando confrontado se estaria farto ou de não de participar em novelas. A verdade é que Pedro Granger deu a cara pelas mais diversas produções da estação de Queluz de Baixo e, depois de tantos anos, o resultado não poderia ser outro. Ainda bastante jovem, o protagonista dos sucessos Jardins Proibidos e Dei-te Quase Tudo arriscou, e decidiu abandonar a TVI.
Apesar de ter iniciado as conversações com a SIC, o seu futuro acabou por não passar por Carnaxide:
Estou [a negociar a minha entrada na SIC]. Não posso escondê-lo. Mas não há nada certo, e isso nada teve a ver com a minha decisão de não renovar a exclusividade com a TVI. As propostas que existem neste momento estão a ser discutidas, não estão materializadas, não sei quando vão estar ou se, inclusivamente, virão a estar.
Da TVI para a RTP1, foi este o salto que a carreira do apresentador e ator deu. À frente de O Elo Mais Fraco, conseguiu captar a atenção de milhares de telespetadores. Desde o término deste concurso, Pedro Granger tem estado desaparecido (ainda deu a cara pelo Festival da Canção deste ano), apesar de já ter adiantado que está a preparar um novo projeto de trabalho.
O formato de cultura geral da estação pública deu-lhe mais experiência na apresentação e, para além disso, permitiu-lhe conhecer um outro lado no entretenimento nacional. Dando o seu melhor, provou que era capaz de mais e também por essa razão deixou-se deslumbrar pelo convite do primeiro canal.
Até que o mesmo fosse aceito, ficaram as palavras. Palavras que deram que falar e que pensar. Ei-las:
Esta é a primeira vez que eu estou a falar sobre o assunto, até porque me tinha comprometido consigo a dar-lhe esta entrevista. E por mais esquizofrénico que possa parecer, eu não saí da TVI com qualquer decisão tomada na SIC. Esta é a verdade absoluta. Não está nada decidido. Se há projetos, e há, eles são apenas projetos, não há nada decidido. Eu saí da TVI por uma opção de vida neste momento. Não queria continuar com aquele laço exclusivo com a TVI. Mas há uma coisa que é preciso explicar, para que não subsistam dúvidas: o meu contrato acabou em maio.
Muitos de nós que estamos ou estivemos na TVI nestes últimos anos somos marcados pelo fator José Eduardo. O Moniz conseguiu construir na TVI uma grande família. Motivada, unida e feliz. Quando o Zé Eduardo saiu, foi um grande rombo. Enorme. Monstruoso. Depois saiu a Manuela [Moura Guedes], e foi mais uma cacetada. Depois saiu a Gabriela [Sobral] e a Júlia [Pinheiro]. Cacetada atrás de cacetada. Como é óbvio, a TVI que existe hoje em dia é outra TVI, não tem nada a ver com a TVI que existiu durante dez anos.
Quem diria que passados 365 dias, a vida profissional de Pedro Granger daria uma volta de 180º?
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