K Filme: «The Maze Runner» ou «Begin Again»? A escolha é sua
Com a chegada de mais uma quinta-feira, o cinema volta a encher-se de grandes estreias, para os mais variados gostos e géneros. E como aqui no Quinto Canal não queremos que lhe falte nenhum detalhe sobre os melhores filmes da semana, no artigo de hoje apresentamos não uma, mas sim duas películas em destaque para os próximos dias.
Se prefere uma grande aventura baseada em ficção científica, de certeza que vai optar pela estreia do The Maze Runner. Mas se preferir ir ao cinema para descontrair e rir um pouco, Begin Again é a solução, e o Tiago Ricardo explica-lhe mais detalhadamente o que esperar deste filme.
Aqui no K Filme, a escolha é sua!
Título: Maze Runner: Correr ou Morrer (The Maze Runner)
Ano: 2014
Género: Ficção Científica
Duração: 1183minutos
Nota IMDB: 8,0/10
Realização: Wes Ball
Elenco: Blake Cooper, Dylan O’Brien, Kaya Scodelario, Patricia Clarkson, Thomas Sangster, Wes Ball, Will Poulter
Sinopse: Para quem adora filmes de ficção científica, de certeza que vai ficar agarrado a esta saga. Em Maze Runner, ficarão a conhecer a história de Thomas, um rapaz de 16 anos que acorda dentro de um escuro elevador em movimento, sem se lembrar de mais nada além do seu nome. Quando o elevador para e as portas se abrem, Thomas descobre que afinal não está sozinho: um grupo de rapazes rapidamente o acolhem e apresentam-no à Clareira, um espaço aberto, cercado por muros gigantescos. E é a partir daqui que a aventura começa. Todos os dias a Clareira abre e fecha os seus portões para um labirinto, de dia e de noite, e a cada 30 dias um novo rapaz é enviado para aquele espaço pós-apocalíptico através do elevador por onde Thomas chegou. Para descobrirem a verdadeira razão de estarem ali, terão de unir forças para ultrapassar o labirinto, e acima de tudo Thomas terá de se recordar das suas memórias e segredos sombrios guardados na sua mente, para que a verdade seja assim descoberta.
O filme é baseado no primeiro livro da saga Maze Runner, escrita por James Dashner em 2009, e já é apontada por vários críticos como um bom sucessor à famosa saga The Hunger Games. O filme tem a sua estreia mundial marcada para esta semana, em Portugal e nos Estados Unidos, entre outros países.
A OPINIÃO DE TIAGO RICARDO: Num Outro Tom (Begin Gain)
Com uma banda sonora mais que agradável e uma apaixonante história, John Carney tenta conquistar de novo os corações das plateias talcomo fez com No Mesmo Tom. Utilizando a mesma fórmula, Carney traz ao grande ecrã Keira Knightley, Mark Ruffalo, Adam Levine e James Corden para trazer a magia da música aos cinemas de todo o mundo. De músicas cativantes e inspiradoras a boas personagens, Num Outro Tom é um filme que nos conquista facilmente e, ainda que falte alguma da substância presente no filme anterior, Carney foi capaz de realizar um filme que nos faz sentir bem.
Existem tantos elementos no filme que, combinados, são capazes de fazer qualquer espetador sorrir ou sentir-se cativado pelas boas vibrações da música, que acaba por ser uma das partes fulcrais de toda a trama. As músicas funcionam de uma forma fantástica e, ainda que existam algumas menos marcantes, no geral quase toda a banda-sonora merece um grande destaque. Enquanto Adam Levine rouba algumas das cenas com a sua performance e as suas músicas, Keira Knightley surpreende com o seu talento musical que sempre me foi desconhecido. Keira consegue cantar de uma forma apaixonante e sinto-me capaz de ouvir a sua voz doce durante o dia todo. Sei e entendo que em No Mesmo Tom, a música era mais memorável e poderosa mas neste novo filme, a história é sem dúvida mais engraçada e durante o visionamento do filme senti diversas vezes uma pequena vontade de dançar na cadeira. A energia é contagiosa e fiquei surpreendido por não se forçar o romance na trama.
A personagem de Mark Ruffalo fez-me recordar o filme Inside Llewyn Davis inúmeras vezes pelo seu mau carácter ao início e porque a fé em si próprio era praticamente inexistente. Ruffalo interpreta um homem devastado pelo ritmo radical dos dias de hoje em que adolescentes bem parecidos roubam o lugar no palco àqueles que são de facto talentosos e acaba por se esquecer da família ao ocupar-se das responsabilidades no trabalho. Mas depois de conhecer Gretta, ele encontra-se a si próprio e o pobre homem sem esperança torna-se sonhador e visionário, com uma energia contagiante e grandes ideias para apresentar o talento de Gretta ao mundo. A personagem de Adam Levine estava mais concentrada na música e, por isso, o seu talento como actor acaba por ficar esquecido com as boas performances musicais, pelo que ver o filme acabou por ser como assistir a um concerto dos Maroon 5. Keira Knightley esteve também à altura do desafio, com uma boa performance e ao ser uma revelação musical.
Como um filme para ver com o objectivo de nos entretermos, Num Outro Tom funciona bem como uma comédia romântica fora do comum sem forçar romance entre as personagens principais. John Carney usa então uma abordagem diferente daquela dos filmes usuais de hoje em dia, procurando dar um tom mais natural e engraçado à história enquanto que os sentimentos entre as personagens evoluem. A queda e a ascensão emocional de Dan complementa de uma forma interessante a história de Gretta e o drama é suficiente para agarrar a atenção do espetador. Mas, enquanto que No Mesmo Tom foi inovador, poderoso, romântico e mais pessoal, Num Outro Tom sofreu um pouco com o efeito Hollywood que o tornou um pouco previsível, o que é um grande ponto negativo que contrasta com a história energética e cativante.
No final, com performances boas e com a revelação musical de Keira, Num Outro Tom é de certa forma surpreendente e o ritmo energético e a boa banda-sonora estão combinados de uma forma muito agradável. Não existem momentos aborrecidos, a evolução emocional é interessante e genuína e todo o tom natural do filme acompanhado por boas músicas tornam Num Outro Tom numa experiência a não perder.