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K Filme – A Caminho dos «Oscars» 2015: A inspiração de «The Theory Of Everything»
Depois de darmos início à viagem com American Sniper, que foi como esperado o maior sucesso da semana, nesta edição o K Filme continua a dar destaque aos filmes nomeados aos Óscares. As estatuetas douradas, que premeiam os melhores da sétima arte, são entregues a 22 de fevereiro (consulte aqui a lista completa dos nomeados), mas até lá o Quinto Canal irá apresentar-lhe em alguns artigos especiais os oito filmes nomeados na categoria mais importante da cerimónia, e que muita tinta fazem correr estes dias na imprensa.
Nesta segunda análise, apresentamos uma emocionante história, que mostra que o amor nem sempre consegue ultrapassar todos os obstáculos. Ou será que consegue? Nomeado para cinco categorias, fiquem a conhecer os dados principais do filme de seguida, e no final conheçam a opinião do nosso crítico de cinema Tiago Ricardo.
Aqui fica então a história de The Theory Of Everything.
Título: A Teoria de Tudo (The Theory Of Everything)
Nomeações aos Oscars: Melhor Filme, Melhor Ator Principal, Melhor Atriz Principal, Melhor Guião Adaptado, Melhor Banda Sonora
Ano: 2014
Género: Biografia / Romance
Duração: 123 minutos
Nota IMDb: 7,8/10
Realização: James Marsh
Elenco: Charlie Cox, David Thewlis, Eddie Redmayne, Emily Watson, Felicity Jones
[toggle title=”Sinopse”]Baseado no livro escrito pela ex-mulher de Stephen Hawking, o filme retrata precisamente a vida deste cientista famoso, desde a sua entrada na prestigiada Universidade de Cambridge, até aos últimos momentos da sua vida. A história começa em 1963, enquanto estudante de cosmologia na conceituada Universidade de Cambridge, no Reino Unido, quando Stephen consegue grandes avanços e está determinado a encontrar uma “simples, eloquente explicação” para o Universo.
O seu mundo expande-se quando se apaixona por Jane Wilde, uma estudante de artes, também em Cambridge, contudo, aos 21 anos, este jovem saudável e ativo recebe um diagnóstico que vai abalar a sua vida: a degeneração dos neurónios motores vai atacar os seus membros e as suas capacidades, deixando-o com limitações de fala e movimento e terminando com a sua vida em dois anos. Mas será que a sua vida terminou mesmo ao fim desses tão dolorosos dois anos?
Descubra a resposta esta semana nos cinemas em Portugal.
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A opinião de Tiago Ricardo:
A primeira vez que ouvi falar num romance biográfico sobre Stephen Hawking fiquei deveras reticente por não me parecer uma ideia interessante. Sempre admirei Stephen como um cientista brilhante e como um lutador. Como uma das mentes mais brilhantes que alguma vez o mundo conheceu, testemunhar uma história de duas horas que se foca nos aspectos da sua vida amorosa não me parecia ser muito atractivo. Mas eis que descubro estar errado e eis que descubro uma história mágica e comovente que é uma inspiração para todos aqueles que, como eu, se encontram no ramo das ciências.
Baseado no livro escrito pela sua ex-mulher, Jane Hawking, The Theory Of Everything é a comovente história de amor entre dois jovens corajosos que enfrentaram obstáculos imagináveis e que, contra todas as hipóteses, conseguiram ser felizes e criar uma família. Uma história que eleva os feitos de ambos e que prima pela forma como tudo é contado.
Numa conferência de imprensa com Jane Hawking, tive a oportunidade de descobrir factos curiosos sobre as diferenças entre o livro e o filme como a omissão de alguns aspectos mais negros e díficeis de ultrapassar e as semelhanças das personagens com as personalidades reais de Stephen, Jane e Jonathan, confirmando assim as grandes performances de um elenco que deu o seu melhor para tornar esta história ainda mais impressionante.Começando por Felicity Jones, a protagonista e a “heroína” desta história e uma atriz que nunca me disse muito, devo dizer que não me desliguei por um segundo que fosse da sua performance doce, encantadora e poderosa. A forma como lidou com as dificuldades de Stephen e a forma como o ajudou a recuperar parte da vida que perdeu após o terrível diagnóstico são simplesmente fantásticas. No filme, Jane revela ser uma mulher forte, jovem e bem parecida que se apaixona por um dos estudantes mais brilhantes de Cambridge e que se torna a sua parceira de vida, acompanhando-o durante muito tempo e auxiliando-o a ultrapassar algumas das dificuldades. A mente brilhante de Stephen é representada no grande ecrã por Eddie Redmayne, que conseguiu impressionar-me pelo realismo e naturalidade da sua performance, impossível de deixar o espetador indiferente. Mesmo com o diagnóstico de esclerose múltipla, Stephen nunca desistiu dos estudos e da família e lutou com todas as forças pela sua felicidade, ao lado de uma mulher que nunca o abandonou, nem mesmo nas alturas mais dificeís. Ao juntar a simpatia de Jane com a coragem de Stephen, não há ninguém que consiga para este jovem casal de comover os espetadores. Juntos, Jane e Stephen possuem uma química cativante e interessante, capaz de reflectir a força do sentimento que os aproximou desde o início e que os permitiu lutar contra todas as adversidades.
Ainda que faltem momentos difíceis, The Theory Of Everything acaba por ser uma bonita celebração do amor e da genialidade. Em vez de se focar nos detalhes da vida amorosa de Stephen e Jane, o filme reconhece as dificuldades que ambos passaram por e eleva a mente brilhante de Stephen ao mesmo tempo que captura a forma carinhosa como Jane agiu, estando sempre ao lado de um homem, contra tudo e todos. The Theory Of Everything celebra os feitos académicos e pessoais de Stephen ao mesmo tempo que reconhece a influência de Jane em todo o processo, como mãe e como mulher. Para alguém que manteve desde o início as expectativas baixas, The Theory Of Everything foi surpreendente, inspiracional e comovente, deixando uma grande mensagem sobre a importância do amor, da força e da dedicação e sobre o quão fácil é perder tudo aquilo que construímos com tanto esforço. Um filme emocionante, capaz de inspirar aqueles que apreciam boas histórias de amor e aqueles que trabalham no ramo das ciências. The Theory Of Everything é então no fundo uma bonita homenagem que surpreendeu-me pela forma como contou uma história única sobre amor e dedicação.
Cotação: 4,5 ★