Gira Discos – Os sons do passado: Quarteto 1111

a banda que hoje recordamos nasceu após o término de outra, como aliás era comum na época. Do extinto Conjunto Mistério, de 1966, ficaram na banda que hoje retratamos três elementos: Miguel Artur da Silveira e os irmãos António Moniz Pereira e Jorge Moniz Pereira. Contudo, a banda só fica completa com José Cid, que juntamente com os restantes formou o Quarteto 1111.

A origem do nome da banda, que começou nos idos anos 60, tem uma explicação simples e até curiosa, 1111 era a terminação do número do telefone da garagem onde decorriam os ensaios. Formado em 1967 o Quarteto tentou irromper uma época de censura com as suas músicas, contudo, como tudo na época, falhou o seu propósito.

A Lenda de El-Rei D. Sebastião foi a primeira música do Quarteto a ser tocada em português na Rádio Clube Português, conseguindo estabelecer-se como um sucesso e que levou ao lançamento de um EP, editado pela Valentim de Carvalho. No ano seguinte concorreram ao Festival RTP da Canção com uma música dedicada a D. Inês de Castro, intitulada Balada para D. Inês e com a qual alcançaram a terceira classificação.

Nos anos que se seguiram foram sendo lançados novos singles e EP’s, sendo que em 1970 chegou até ao público o álbum Pigmentação. Com os temas da política, da imigração e do racismo bastante acentuados nas músicas, a censura retirou o álbum Quarteto 1111 do mercado na semana do seu lançamento.

No ano de 1972, já com a presença de Tozé Martinho na banda, gravam em Inglaterra as músicas interpretadas no Festival dos Dois Mundos, em Lisboa. Devido à censura da época o Quarteto passa a cantar sempre em Inglês, surgindo nesse ano Back to the Country, um dos álbuns da banda que mais vendeu. Com a transição de idioma surge também um novo grupo, constituído pelos elementos do Quarteto 1111 e por mais quatro mulheres, os Green Windows.

Em 1974, após uma colaboração com Frei Hermano da Câmara, o Quarteto 1111 volta a editar mais um álbum, sendo que no ano seguinte acaba por terminar.

Apesar do fim do grupo, o nome do Quarteto voltou a surgir novamente, com uma nova formação que, em 1977, levou o Quarteto 1111 de novo ao Festival RTP da Canção. A nova formação durou pouco tempo e pouco depois o Quarteto 1111 voltava a dissolver-se e a terminar para sempre.

Em 1979 a primeira formação do Quarteto 1111 juntou-se num programa da RTP onde interpretaram o primeiro sucesso. Depois desta aparição os elementos da banda voltam a juntar-se apenas em 1987 para a gravação de um novo álbum. De lá para cá o Quarteto 1111 juntou-se apenas uma única vez, em 2014, 43 anos depois da estreia, para um concerto em Vilar de Mouros.

  • Em 1993 chega a era do Cd com A Lenda do Quarteto 1111, não deixando a banda cair no esquecimento. Nos anos seguintes saíram várias compilações, sendo o álbum Quarteto 1111 reeditado após ter sido censurado no seu lançamento. Em 2005 surgiu um álbum com 15 temas do Quarteto 1111. A revista Blitz dedicou o número 1111 à banda.

Anselmo Oliveira

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