Em semana de eleições, deixamos uma mensagem partilhada em 2015, mas que continua bem atual nos dias de hoje.
Esta semana falamos sobre eleições, que decorrem no próximo domingo, e que merecem a sua atenção, e acima de tudo a sua participação. A mensagem é da nossa colaboradora Inês Calhias:
” Quem me conhece raramente me ouve a falar de política. É daqueles assuntos que evito ao máximo porque acabo sempre por entrar em territórios tumultuosos e que criam discussão. Prefiro ouvir e analisar as opiniões dos outros, sem nunca entrar em confrontos diretos. Mas isso não significa que não tenho ideais políticos, muito pelo contrário. E se há coisa que eu defendo é o direito e a liberdade de voto.
Não vou aqui fazer propaganda a nenhum partido, podem ficar descansados. De certo que já vos chegaram às caixas de correio os imensos panfletos ou que já ouviram os carros temáticos a reproduzir incessantemente os mesmos discursos. Já sabemos que todos têm ideias para levar o país para a frente e que são melhores de quem lá está agora. Os intermináveis tempos de antena que roubam tanto tempo de televisão e de rádio já começam a cansar. Acredito que muitos já pedem que as eleições acabem logo para puderem voltar a ver os seus programas e ficarem descansados à espera que o seu clube jogue.
O que vos venho falar, mais concretamente pedir, é que no domingo façam aquilo para o qual existiu a Revolução dos Cravos: votem. Independentemente de qual é o vosso partido ou dos ideais políticos que têm, por favor, vão às urnas e votem. O vosso clube joga nesse dia? Têm a manhã livre para ir votar. Têm almoço de família e não têm tempo? Façam um desvio, não dura mais que dez minutos. Moram numa terra diferente de onde estão inscritos? Já podiam ter resolvido isso.
O problema de Portugal não é apenas os constantes governantes que se aproveitam das fragilidades do povo e que sofrem as consequências dos maus Governos anteriores. Um dos grandes problemas em Portugal é a mentalidade dos portugueses que continuam a achar que a abstenção faz alguma coisa. O problema é que enquanto continuarmos a acreditar que somos as vítimas e que não temos poder nenhum, nada será feito.
Por isso votem. Quebrem a corrente de abstenções que assombra cada eleição. Não votem só por votar e para tirar o Passos Coelho do trono que tem. Votem porque isso não é um simples direito: é um dos deveres cívicos mais importantes que temos e que define o rumo do país. Votem porque se continuar tudo igual ou se as coisas piorarem, a culpa será da vossa abstenção que permitiu tal acontecer. Porque depois, não adianta ir fazer revoluções no Facebook. Nem que o voto seja a vossa manifestação de revolta. Votem!”