Fita da semana… O flop anunciado de 2012
Que filme pode ser melhor para dar início a esta rubrica do que aquele que ainda hoje é considerado o segundo mais lucrativo de sempre? E se aliarmos isso ao facto da produção em 3D ter chegado este mês às salas de cinema em Portugal, faz com que nem precise de vos dizer do que é que vos estou a falar.
Para aqueles que ainda não chegaram lá (o que é quase impossível) dou-vos mais uma pista: o filme retrata um transatlântico que na noite de 15 de abril de 1912 embateu contra um icebergue e acabou por afundar, resultando na morte de mais de 1500 pessoas.
Sim… estou a falar do Titanic. Uma história que em 1998 chegou às salas de cinema, com um orçamento de 200 milhões e que acabou por lucrar cerca de 1.9 biliões de dólares e vencer 11 Óscares. Acho que não preciso de dizer mais nada, mas toda a gente se lembra das performances de Leonardo DiCaprio e Kate Winslet. Os gostos de cada um respeitam-se, mas ninguém pode afirmar que este não será sempre um dos filmes mais lucrativos de sempre, com mais Óscares e um dos mais memoráveis. Durante doze anos nenhum filme lucrou mais do que Titanic, sendo este apenas batido pelo mais recente sucesso de Cameron, Avatar. O filme recebeu uma nota média pela crítica de 7,7/10 de acordo com o Rotten Tomatoes, um site especializado em cinema, e o consenso geral era: “Um triunfo quase sem ressalvas para Cameron, que oferece uma mistura estonteante de visuais espetaculares e um melodrama à moda antiga”.
Mas para mim o filme que está agora nos cinemas não dá mais valor a tudo o que fizeram em 1998. O ano ainda não acabou, mas o Titanic em 3D já é um dos maiores flops de 2012. Na antestreia Leonardo DiCaprio não se dignou a aparecer e segundo Kate Winslet o filme é completamente bizarro.
Foi uma péssima aposta. Do filme destaco apenas duas cenas: a primeira, quando o barco se vira e se parte, e a segunda, no momento em que as chaminés não aguentam a pressão e se partem. De resto, o filme está igual ao de 1998 e o Titanic em 3D não muda nada em relação à versão original. Os 18 milhões que James Cameron gastou a fazer esta transformação poderiam ter servido para apostar numa nova produção em vez de ter desiludido os milhões de fãs. Para o realizador esta foi uma forma de ampliar a experiência do original, mas as críticas afirmam que o facto desta nova versão ser justificada para relembrar o centenário apenas é uma desculpa para ganhar mais dinheiro em cima de um dos maiores naufrágios de sempre.
Verdade ou não, as opiniões negativas têm chovido sobre aquele que era um dos mais esperados filmes em 3D do ano.