Diogo Piçarra: «É difícil ditar o futuro no mundo da música, e ainda mais em Portugal »
Venceu a última temporada do Ídolos e, desde então, não mais parou. Nos últimos tempos foi noticiado por ter terminado o seu curso na London Musical School, ainda por mais com um título: o melhor aluno da sua turma. De volta a Portugal, o cantor partilhou com o 5º Canal os seus sonhos, os seus objetivos, os seus dilemas. No aniversário do nosso e seu espaço de televisão, queremos recordá-lo e apoiá-lo para esta nova fase da sua carreira.
Já está em linha e pronta a ser lida a entrevista a Diogo Piçarra! Sintonize-se com o farense mais famoso do antigo talent show da estação de Carnaxide!
I
Quem é o Diogo Piçarra?
O Diogo Piçarra é uma pessoa sonhadora que segue os seus instintos, humana porque também falha ao tentar alcançá-los, e lutadora porque não desiste deles assim tão facilmente.
Como surgiu o teu sonho pela música? Em pequeno já sentias que o teu futuro poderia passar pelos palcos?
Curiosamente, o sonho pela música surgiu apenas com 16 anos, quando comecei a aprender guitarra e a formar a minha primeira banda. Até então nunca tinha cantado, nem sequer ponderado num futuro que passaria pelos palcos. Licenciei-me há dois anos, a banda entretanto separou-se, e só a partir daí a música passou finalmente para primeiro plano.
A tua família sempre te apoiou?
Sempre, e sem excepção. Estiveram sempre presentes, desde o momento em que me ofereceram a primeira guitarra, até à minha última actuação. No entanto, sempre frisando de que os estudos estariam em primeiro lugar.
II
Que ideias tinhas dos talent shows antes de teres participado no Ídolos?
Como já tinha participado em algumas audições de talent shows, a minha ideia deste tipo de programas era sobretudo indulgente. Se alguém tem um sonho deve segui-lo e pô-lo à prova, caso contrário não passará disso mesmo. E concursos como o Ídolos, apesar da sua componente sensacionalista, dão sobretudo um ligeiro “empurrão” e exposição que, de outra maneira, levaria anos a conseguir, ou não.
Ficaste conhecido pelo grande público através deste concurso da SIC. Como surgiu a oportunidade de te inscreveres no mesmo?
Foram os meus pais que me inscreveram e me incentivaram a participar e tentar a minha sorte. Como já tinha sido eliminado do mesmo em 2009, achei que a minha oportunidade tinha passado e por isso, nunca mais me passou pela cabeça tentar mais uma vez. Agora agradeço-lhes por isso.
O que sentiste na tua primeira audição?
Senti-me calmo, apesar de nervoso. Não fui com grandes expetativas, fui simplesmente cantar e tocar como se de um concerto se tratasse.
Alguma vez pensaste em chegar tão longe?
Nunca. Tal como disse, nunca fundei grandes expetativas, participei com desportivismo, e apenas com o objetivo de mostrar aquilo que sei fazer.
Nas galas, a opinião de Manuel Moura dos Santos nem sempre foi positiva em relação às tuas atuações. Alguma vez sentiste que o presidente do júri do Ídolos tinha alguma coisa contra ti?
Muito pelo contrário, muitas das vezes em que a sua opinião não era positiva, sentia que estava a tentar puxar por mim. Por isso, tomava em conta a sua opinião e tentava dar ainda mais de mim na gala seguinte.
Qual dos jurados te pareceu ser o mais equilibrado e correto com os concorrentes?
Nesta última edição do talent show, muitas foram as polémicas exploradas pela comunicação social. Relembro-me da de André Cruz, e a suposta relação que este tinha com o filho de Manuel Moura dos Santos. A possibilidade de existir um favorecimento ao conhecido «Cenoura» gerou mal estar entre os concorrentes?
Primeiro, a meu ver, nunca houve nenhum tipo de favorecimento, quer seja ao André, ou a qualquer outro concorrente. Em segundo lugar, a comunicação social é exímia a explorar este tipo de conteúdos, mesmo quando a sua veracidade é duvidável. Por isso, o ambiente entre os concorrentes nunca fora afectado, pois todos nós estávamos empenhados e ao mesmo tempo solidários uns com os outros.
Algumas vez desacreditaste das votações finais do programa?
Acredito sinceramente na honestidade das votações do programa. Pelo facto de ser uma empresa particular a fazê-lo, ou seja, fora do controlo da produção do Ídolos.
Concordaste com a escolha do público? Para ti quem deveriam ter sido o três finalistas do Ídolos?
Já desde o último dia de castings do teatro que dizia que todos os concorrentes presentes tinham potencial e mérito de chegar a uma final. Por isso, não tenho favoritos nem creio que ninguém é superior. No entanto, é o público que escolhe e por isso, muitos nem sequer tiveram oportunidade de mostrar todo o seu talento.
Em relação à questão das audiências e ao duelo entre o concurso da SIC e A Tua Cara Não Me É Estranha. Achas que se os portugueses tivessem estado mais atentos ao terceiro canal, o teu percurso teria sido diferente até aqui?
Acredito que quem realmente gosta, acompanha. Por isso, estou feliz pelo meu percurso, por saber que quem me seguiu e segue, foi porque gostou do meu trabalho de verdade. No entanto, não penso como seria o meu percurso se mais pessoas tivessem assistido, pois é um facto que não podemos agradar a toda a gente, e mal de nós se pensarmos o contrário.
Alguma vez os concorrentes sentiram a pressão dos números?
A pressão é uma constante em qualquer tipo de concurso. Por isso, tanto os números, como a presença dos jurados, a letra das músicas até à nossa atuação contribuíram sempre para aumentar um pouco mais os nervos e essa pressão.
III
Mesmo depois de já terem passado vários meses desde o término do talent show da SIC, continuas a sentir o apoio dos teus fãs?
Sim, e é algo que me deixa fascinado e me dá imensa força para continuar. Na rua, nas redes sociais e até mesmo por correio, o apoio é notável e aproveito para agradecer a todas as palavras e mensagens, pois acreditem que não passam despercebidas.
A vida depois de um concurso de televisão é muito diferente daquilo que os portugueses possam pensar?
Não imagino o que os portugueses possam pensar, posso sim, no entanto, afirmar que tudo volta ao seu estado normal. Claro que a visibilidade que um concurso de televisão oferece é algo muito difícil de se obter por conta própria, e nesse aspecto, algumas coisas mudam. Contudo, a vida toma o seu rumo e rotina habitual, e cabe a cada um decidir se quer ou não seguir uma carreira musical.
Consegues ver um futuro na tua carreira em Portugal?
É difícil ditar o futuro no mundo da música, e ainda mais em Portugal com uma população tão pouco numerosa. Tudo depende das pessoas que nos ouvem. São elas que fazem as modas, são elas que partilham e aconselham amigos, são elas que nos tornam artistas reconhecidos ou ridicularizados. Quanto a mim, cabe-me fazer música e ter esperança de ser aceite pelos portugueses.
Quais as tuas referências musicais?
Oiço de tudo um pouco. Compro álbuns só porque sim, pesquiso artistas quer sejam internacionais ou nacionais por curiosidade, ou adoro descobrir novos talentos quer na rádio, televisão ou Internet… Posso dizer que neste momento artistas e bandas como Supernada, Ed Sheeran, OneRepublic e B Fachada fazem parte da minha atual lista de músicas no meu MP3.
Com que artista nacional e internacional gostarias de partilhar o palco?
Adorava partilhar o palco com Manel Cruz por ser um modelo e inspiração para mim desde há muitos anos. Artistas internacionais seriam Justin Vernon dos Bon Iver, ou até mesmo James Blake.
IV
A pesquisa na Internet faz parte do teu trabalho, tal como já confessaste noutras ocasiões. Tens por hábito visitar os sítios sobre televisão nacional? Se sim, quais?
Ultimamente não tenho visto muita televisão, por isso, sites como o da SIC Notícias são uma referência para mim. No entanto, é mais habitual passar pelo site Público, P3 e Blitz diariamente.
Já conhecias o 5º Canal?
Sim, conheci durante o meu percurso no Ídolos e aproveito para agradecer não só pelo profissionalismo e pontualidade prestados ao narrarem todos os eventos durante a emissão do Ídolos, como também por ainda acompanharem todo o meu percurso após o fim do programa.
Uma mensagem para os nossos leitores.
Deixo uma palavra especial a todos os leitores do 5º Canal, amantes da arte e cultura televisiva, por acompanharem e contribuírem para o crescimento deste site, como também de todo o meu percurso musical. Obrigado por se cultivarem e nos darem razões para continuar.
Obrigado pela disponibilidade e boa sorte para o teu futuro!