Gipsy Kings regressam ao Coliseu dos Recreios em maio de 2025
Como eu ouço… 2012
O que resta de coisa nenhuma.
Atravessamos uma geração em que se assiste constantemente a uma fusão e consequente mutação de géneros no ramo musical. A originalidade começa a ser um derivado da reorganização de elementos e não uma descoberta de matéria prima em estado virgem. Nada disto tem que ser negativo, se percebermos em que moldes a construção de um tema se efetua e no quão interessantes poderão ser as suas peças, venham lá de onde vierem. Após uma pesquisa exaustiva em órgãos de comunicação da especialidade e uma audição generalizada, decidi apresentar-vos aquela que creio ser uma digna lista dos melhores temas de 2012. Abstraindo-me de uma visão pessoal, o que nunca é possível na sua totalidade, tentarei homenagear todos os temas que creio terem cumprido o seu papel perante o seu público alvo na industria musical ao longo do ano que findou.
. Carly Rae Jepsen – Call me maybe – É indiscutível a overdose de competência patente na construção e produção de um delicado e abrangente hit Pop.
. Jack White – Sixteen saltines – A raiva teenager ganha novo fulgor nesta incrível missiva acerca de uma obsessão.
. Ed Sheeran – The A team – Absolutamente refrescante e honesto.
. Fiona Apple – Every single night – Um regresso que nos envolve numa familiarização constante através de um universo em constante evolução. Brilhante!
. Gotye – Somebody I used to know – Uma invasão estrondosa de um artista que resolveu reformular a estrutura habitual de um single e dar-lhe um toque de profundidade através de uma letra absolutamente sublime e de um dueto subtil e discreto.
. Mumford & Sons – I will wait – Um projeto absolutamente coerente para com os seus desígnios e delicadamente estruturado para que os nossos ouvidos se aconcheguem com uma facilidade atípica.
. Lambchop – Gone tomorrow – Uma viagem tão bem orquestrada que nos é impossível não fechar os olhos e chegar ao destino pretendido.
. The Shins – Simple song – Triunfante, glorioso e empolgante.
. Ellie Goulding – Um casamento sublime entre uma voz doce, uma eletrónica elegante e uma melodia construída de forma a que a complexidade de uma técnica apurada se desmistifique e se traduza num tema que pode e deve educar a audição das grandes massas.
. Ms Mr – Hurricane – O projeto do qual falei há algumas semanas acaba por conquistar um lugar de destaque, com um tema absolutamente arrepiante.
. Of Monsters and men – Little Talks – Um tema absolutamente épico que poderia sonorizar tantos momentos de catarse na existência humana. Uma entrada absolutamente devastadora no universo dos amantes de música.
. Bat for lashes – Laura – Uma balada talhada por uma dor universal, com a habitual riqueza de alma a que fomos habituados por este projeto singular.
. Rufus Wainwright – Rashida – O toque de Midas de Mark Ronson, associado a um dos trabalhos mais expressivos de sempre de um artista feito de interioridade e âmago.
. Cat Power – Nothing but time – A consciencialização de uma sobrevivente acerca do seu percurso e da bagagem que através dele lhe é conferida. Um piano intenso e um propósito importante dão o mote a um tema incrível.
. Frank Ocean – Pyramids – Um tema absolutamente cinematográfico e envolvente.
Que as adversidades da actualidade se traduzam em criações que dignifiquem a classe artística e nos leve a fazer uma história rica e densa em inovação, respeito e contestação.