Esta semana soube-se mais uma vez que a Globo vai voltar a apostar em novos autores no horário das 18h, que desde há algum tempo tem sido a grande oportunidade de muitos guionistas. Alguns com sucesso outros com relativo fracasso, o interesse da estação é agora criar um novo leque de estrelas no que à escrita diz respeito. Depois de Lícia Manzo e dos atuais João Ximenes Braga e Cláudia Lage, autores de A Vida da Gente e Lado a Lado, respectivamente, a Globo deu luz verde para que um dos autores de O Astro seja o próximo no horário.

Com um leque de novos talentos que se começa a compor, já que mesmo face a resultados menores a estação também se guia pela repercussão das suas tramas, caso de Lado a Lado, que tem sido usada pelos professores como fonte de interesse para os alunos, a Globo volta-se agora para o horário das 21h, onde em breve terá o autor Walcyr Carrasco, grande sucesso na faixa horária das 19h.

Pedro Lopes é atualmente o único autor ligado à SIC, através da SP Televisão

Enquanto que pelo Brasil a aposta é aumentar e renovar o leque de autores, por cá, ao contrário da estação brasileira, a SIC aposta sucessivamente em Pedro Lopes, autor da premiada Laços de Sangue ou a actual Dancin’Days, o que pode a vir a comprometer as próximas produções, quer pelo leque de autores diferentes ou ritmo da trama.

Sabendo já a estação de que Pedro Lopes é sinónimo de sucesso, ainda que no currículo tenha produções que não emplacaram, escolheu-o para escrever a novela sucessora de Dancin’Days. Com isto outra autora da casa, Patrícia Muller, poderá vir a ter maiores dificuldades na sua substituição, caso seja a escolhida. O abuso excessivo da SIC de Pedro Lopes poderá igualmente provocar um cansaço no telespectador, que pode começar a ver semelhanças nas suas histórias, ou na forma de escrita dos seus colaboradores.

Esta é uma das muitas diferenças entre as estações parceiras, e a qual a SIC devia tentar mudar, aproveitando para aumentar o leque de autores, que está no momento limitado aos já referidos.