Série «Codex 632» da RTP e Globo distinguida com prémio internacional
Misturando a música e focando-se ao mesmo tempo nos problemas da atualidade que afetam a vida dos jovens e não só, Glee quebrou barreiras e foi um sucesso em todo o mundo. A aclamada série da FOX já chegou ao fim há alguns anos, e esta semana é por isso o nosso destaque no Arquivo Só Séries.
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- Temporadas: 6 (2005 a 2012)
- Episódos: 121
- Transmissões em Portugal: SIC e AXN White
- Melhor Audiência: Temporada 2 – 11,6 milhões de telespetadores (USA)
- Pior Audiência: Temporada 6 – 2 milhões de telespetadores (USA)
.https://www.youtube.com/watch?v=1FaJshIWdpU
(Artigo originalmente publicado a 12 de fevereiro de 2013)
Se há série que não precisa de qualquer introdução, Glee é uma delas.
Apesar de os musicais serem um formato que já estava esquecido, foram emergindo nos últimos anos alguns nomes no panorama cinematográfico que começaram a sobressair nesta categoria. O filme High School Musical comprovou que este formato vinha para ficar e o sucesso de audiências, especialmente entre as camadas mais jovens dos telespetadores, foi a prova necessária de que muito brevemente a televisão também se renderia a este encanto. Poucos anos depois surge Glee, no canal FOX, que combinava toda a fórmula de sucesso: tem rapazes e raparigas atraentes, acontece num liceu na América, aborda os problemas da juventude e, por último, cantam!
Mas não é qualquer música… Aliás o repertório de Glee é bastante vasto desde vulgar Pop até aos clássicos dos anos 70,80 e 90. E mais que fazer covers, o pessoal responsável por esta produção começou a adaptar, a fazer as suas próprias versões e os fãs adoraram. Contudo, houve sempre reações distintas: há quem aprecie a música desta série como boas adaptações das músicas originais; há quem diga que as covers são melhores que os originais; e existe até que diga que os músicos e bandas deviam deixar de copiar as músicas de Glee, quando na verdade é ao contrário (nunca me esquecerei do dia em que vi num site de fãs que os Queen deviam parar de copiar Glee… Profundo!).
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Mas nem tudo está a ser um mar de rosas para esta série. Uma vez acompanhado o percurso pelo liceu de muitos dos protagonistas, os roteiristas ficaram com um problema enorme para manter a fasquia elevada. E o resultado não tem sido o melhor. Apesar de terem novas personagens e novas histórias, estas não são nada mais que apenas uma repetição ou aproximação ao que já existia – a estranha existência do irmão de Puck (exatamente como ele); um Quarterback que sabe cantar mas é tímido; uma capitã das Cheerios que é má como as cobras. E quem brilha neste panorama são os antigos protagonistas. Aqueles que ainda estão no liceu têm com esta temporada a sua chance de brilhar e ter sucesso mas a aparição daqueles que já acabaram o liceu, que tem sido crescente nestes últimos episódios. E sejamos honestos, essas são as personagens que fizeram Glee.
Esta série passa agora pelo verdadeiro teste à sua história e à fidelidade aos seus fãs. Ninguém que acompanhe uma série gosta de mudanças radicais e o que os criadores estão a passar é uma reestruturação da trama, um teste que nem todas as produções conseguem passar. Não é de estranhar que quando a história de uma série se encaminhe para eventuais trocas de protagonistas (e Glee tem muitos) o seu fim esteja à vista. Verdade seja dita, o formato da série é uma mina de audiências e até agora esta produção tem conseguido manter os vagões nos carris. Resta ver se a escavação não provoca uma derrocada.
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