2012: A Televisão em Revista – O início do insucesso de «Louco Amor» (maio)
Entre a decepção da capa de Rita Pereira no regresso da Playboy, a estreia de Fora d’Horas na SIC Notícias ou a entrega do prémio de Mérito e Excelência na XVII Gala dos Globos de Ouro a Francisco Pinto Balsemão, outros temas marcaram o mês de maio deste ano. Afinal, Bernardo Sassetti, o músico que buscava o silêncio, faleceu depois de ter sofrido uma aparatosa queda de uma falésia enquanto estava a fotografar. Por outro lado, a SIC exibiu o final de Lua Vermelha. A série de vampiros que estreou em horário nobre, esteve na grelha da estação de Carnaxide durante dois anos, e conheceu os mais diversos horários de transmissão. Chegou a ser anunciado que o último capítulo seria emitido depois do Jornal da Noite, mas tal não passou de uma especulação.
Na RTP1, José Carlos Malato deu o pontapé de saída a Decisão Final, concurso que ainda preenche os serões da estação pública. Por outro lado, os figurantes revoltavam-se por existirem atrasos nos pagamentos de empresas como a Tripé Visual, Unique Style e Crowed.
Entre todos estes temas, a TVI estreou a sua nova novela de horário nobre, Louco Amor. O primeiro capítulo da história protagonizada por Fernanda Serrano e Nicolau Breyner, registou uma audiência média de 16,1% de audiência média e 33,1% de share.
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Com um elenco repleto de estrelas, entre elas José Carlos Pereira, Sara Prata, Helena Isabel, Rita Salema, Bárbara Norton de Matos ou David Carreira, Louco Amor prometia alegrar o horário nobre do canal da Media Capital, não só para os telespetadores, como igualmente para os valores medidos pela Gfk. A história da Broadway, os amores e desamores das personagens principais, os atores e atrizes tão conhecidos pelo público nacional prometiam, mas a realidade que se verifica atualmente não é aquela que seria esperada.
A estreia de Dancin’ Days acabou por trocar as voltas à estação de Queluz de Baixo e, mais concretamente, à ficção da TVI. Não só o projeto protagonizado por Joana Ribeiro, mas igualmente o remake Gabriela, não deram tréguas à novela da estação de Queluz de Baixo. Os resultados audiométricos de Louco Amor passaram a dar muitas dores de cabeça aos responsáveis do canal, sendo que a última baixa no mesmo foi José Fragoso. O antigo diretor coordenador da TVI demitiu-se do seu cargo, tendo sido sucedido por Luís Cunha Velho.
Por outro lado, Tozé Martinho, autor de Louco Amor, referiu numa entrevista à Correio TV que não acreditava nos resultados divulgados pela Gfk: «Há mais de 30 anos que escrevo novelas e represento e não acredito neste resultado. Já houve novelas da estação que me surpreenderam, mas Dancin’ Days é um remake, uma história conhecida do público português. Custa-me a acreditar que estes números façam sentido, porque bem há pouco tempo a novela da SIC nem conseguia obter o quarto lugar nas audiências. E se isto não fizer sentido é gravíssimo. O assunto merece uma análise cuidada das entidades competentes.»
Aliás, o próprio acabou por ser vítima das suas palavras, ao admitir que sentia atualmente muito mais pressões com as audiências do que aquilo que sentia no passado. «Obviamente que hoje sinto mais pressões do que sentia antigamente, mas nada com que não saiba lidar. Continuam a dar-me liberdade para criar», frisou à TV Guia.
Para tentar conquistar os telespetadores, o elenco de Louco Amor recebeu com grande apreço Luciana Abreu, que integrou assim pela primeira vez uma produção da estação de Queluz de Baixo. Depois de ter integrado o lote de concorrentes de A Tua Cara Não Me É Estranha, a atriz e cantora aceitou o desafio da TVI e passou a fazer companhia aos telespetadores nas noites do canal da Media Capital.
Infelizmente esta ideia não foi suficiente, nem mesmo os diários da Casa dos Segredos. Apesar de Leonor Poeiras vencer várias vezes a ficção da SIC logo depois dos noticiários das privadas, Louco Amor e Doce Tentação continuam com dificuldades em impor-se no horário nobre da estação de Queluz de Baixo. Será este um sinal de que são necessárias novas histórias para reconquistar a preferência dos portugueses? O que é certo é que poucos são os que ainda têm paciência para ouvir e ver os mesmos enredos, os mesmos atores ou os mesmos dilemas amorosos. Uma novela não tem de ser necessariamente um produto pouco inteligente, uma premissa que nos últimos tempos tem sido levada ao extremo.
Louco Amor, Tudo por Amor, Fala-me de Amor, Feitiço de Amor ou Meu Amor, who cares? Não acaba por ser tudo a mesma coisa?
Um conselho: originalidade! Sem ela, o cabo irá ser sempre o vencedor em televisão!
Alternativa, obrigado.