Projeto «Anónimos de Abril» edita disco de estreia
O projeto Anónimos de Abril, que junta Rogério Charraz, José Fialho Gouveia e Joana Alegre, já apresentou o álbum, homónimo ao projeto, que homenageia a coragem e resiliência de figuras que, apesar de fundamentais na luta pela Liberdade, ficaram esquecidas nos rodapés da História.
Além das canções, o projeto estende-se também a um livro, que chega ao público dia 20 de março, editado pela Zigurate, que aprofunda as experiências vividas por cada anónimo, dando-lhes ainda mais contexto. O álbum já pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.
“Escrever estas canções foi escrever sobre a vida de pessoas de carne e osso que pagaram um preço muito elevado para que hoje, cinco décadas volvidas, possamos continuar a festejar e celebrar Abril. Foi um processo muito delicado porque em alguns casos essas pessoas ainda estão vivas e noutros casos estão os familiares diretos e as feridas ainda estão abertas. As marcas da tortura e das mortes prematuras não se apagam com o passar dos anos.”
explica José Fialho Gouveia.
O álbum reúne oito canções, todas inspiradas em histórias reais de pessoas que enfrentaram a ditadura e contribuíram para a construção da Liberdade em Portugal. Anónimos de Abril vai além da música. Rogério Charraz explica que “este é um disco sobre pessoas e sobre emoções à flor da pele. Foi isso que sentimos em todos os espetáculos que já fizemos. E é isso que continuamos a sentir na reação das pessoas que vão ouvindo as canções: muitas emoções.”.
Depois de darem a conhecer Mariana, o single de avanço, chegam agora ao público novas histórias de outros anónimos. Herculana Carvalho e Luiz Carvalho que visitaram o filho no Tarrafal e fotografaram todos os presos, tendo depois levado essas fotografias até aos familiares dos condenados; Aurora Rodrigues que foi brutalmente torturada pela PIDE; ou o Padre Alberto Neto, que desempenhou um papel fundamental na célebre vigília da Capela do Rato, são apenas alguns dos exemplos.
O álbum percorre diversas sonoridades, equilibra tradição e modernidade e é fruto de uma colaboração entre Rogério Charraz, José Fialho Gouveia e Joana Alegre, que unem sons, palavras e vozes para dar vida a cada narrativa. Depois de duas dezenas de concertos em 2024, o projeto está de volta à estrada, com apresentações agendadas para os dias 24, 25 e 26 de abril, em Alcanena, Marco de Canaveses e Esposende.