Entrevista – KIKA: “Não me considero uma pessoa muito sonhadora”

Com o seu segundo álbum de originais lançado há poucas semanas, KIKA é uma das cantoras de maior reconhecido do atual panorama musical da atualidade, e esteve à conversa com o Quinto Canal numa entrevista exclusiva a não perder.

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Para quem não conhece o seu trabalho, quem é a KIKA?

Sou alguém que há muitos anos tem um enorme gosto por cantar e tocar, e um grande desejo de poder partilhar isso. No primeiro lançamento fiz um trabalho do qual gostei mas que sinto que não me representava como artista, e agora depois de alguns anos acredito ter chegado mais perto do estilo de música que gostava de interpretar.

Lançou em fevereiro o seu segundo disco. O que podem os fãs esperar deste novo trabalho?

Love Letters tem um som bastante diferente do Alive. Acho que os fãs, por um lado, podem esperar uma voz diferente por força do decurso do tempo. Por outro, músicas que eu acredito serem melhores, que descrevem a vivência de todos os compositores que colaboraram comigo e, em parte, também a minha. Daí surge o nome do álbum também, porque acreditamos que o elemento comum que se faz sentir é o amor, com todas as suas nuances, altos e baixos.

Já existe alguma digressão planeada para a apresentação de Love Letters?

O álbum acaba de sair por isso ainda não há muitas datas confirmadas. Estamos neste momento focados na promoção e em ver a reação do público, para ajustar os concertos a essa reação. Já fiz dois showcases nas FNACs do Porto, uma breve apresentação, que acho que correu muito bem!

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Sinto que as músicas estão mais enquadradas com o meu estilo musical.

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Que principais diferenças podemos encontrar entre o primeiro e o segundo álbum?

Neste segundo álbum eu tive muita mais intervenção no processo de composição, gravação, produção, e daí nasceu um grande carinho por este álbum. Como sinto que as músicas estão mais enquadradas com o meu estilo musical, acho que se fará sentir que estou mais confortável e satisfeita com as musicas, e que estas espelham o tipo de postura que tenciono adotar em concertos também. Algumas músicas do primeiro álbum, não tão coeso como este segundo, sugeriam uma postura diferente da minha, com mais produção ou mais movimento, quando de facto o que me caracteriza é uma coisa mais intimista.

Recuando até ao primeiro disco, como surgiu a oportunidade de trabalhar com o RedOne?

Foi um daqueles casos de estar no sítio certo na hora certa. O meu pai foi ver um jogo do Real Madrid e o RedOne que também é fanático estava nesse jogo. Alguém contou ao meu pai quem ele era e o que fazia, e o meu pai, tendo já eu um disco gravado, foi apresentar-se e pediu para mostrá-lo. A reação dele foi positiva e acabou por pedir-me para ir a Madrid conhecê-lo e decidiu na hora produzir a Guess Its Alright e ter em geral um envolvimento com a minha carreira.

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Qual o momento mais marcante que já viveu em palco? E o mais caricato?

Um dos momentos que mais me marcou foi um dos concertos que dei logo no inicio no Fórum Algarve. Era um espaço aberto bastante grande, eu tinha aparecido há relativamente pouco tempo e estava com um grande receio de que estivesse vazio. A minha família dizia-me que estava cheio mas eu não estava convencida até subir ao palco e verificar que tinha mesmo bastante gente. Lembro-me de me sentir muito feliz e aliviada.

Um dos momentos mais caricatos terá sido talvez num concerto em que o time slot era até grande. Uma hora e meia, creio. Depois de terminar o meu repertório avisam-me que ainda faltam 20 minutos e que teria de os tocar. Acabei por ter que cantar novamente 4 músicas, alguém fez mal as contas!

Com que artista gostava de partilhar o palco?

Gostava de fazer um dueto com um homem, e sempre pensei que seria de sonho fazê-lo com o James Morrison. Mas tenho muita admiração por muita gente e estaria grata por partilhar o palco com quem quer que o quisesse partilhar comigo!

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Há uma maior probabilidade de as pessoas gostarem de musica que é sincera e sentida.

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Foi difícil conciliar os estudos com a carreira musical?

Até à data não posso dizer que tenha sido muito difícil. Isto deve-se ao facto de os meus pais sempre terem fixado que a prioridade seria estudar, e que tudo o que desse para fazer na música que não comprometesse isso seria bem-vindo. Por este motivo também nunca fiz muitos concertos no mesmo mês ou na mesma semana durante o ano lectivo, tentámos escolher os que parecessem mais “importantes” (por falta de melhor palavra). Acredito que se se quiser muito o tempo existe para fazer ambos, tenho é que estar focada.

Ser cantora sempre foi o seu maior sonho?

O meu, e o de tanta gente! Não me considero uma pessoa muito sonhadora, mas cantar sempre foi algo que me trouxe muita felicidade e muita paz. E se for antes o meu sonho ser feliz e estar em paz, por força do que a musica me faz sentir, passou a ser o meu sonho ser cantora!

Que conselho gostava de dar a quem quer seguir a carreira de cantor?

Que utilizem a música como algo que lhes dê realização pessoal, antes de procurar validação externa. Há uma maior probabilidade de as pessoas gostarem de musica que é sincera e sentida. De resto, que fiquem à espera de um lugar certo na hora certa, e que não se desanimem com a espera, porque quem espera sempre alcança (espero eu!).

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