Entrevista – Hélder Reis
Atualmente é um dos rostos do Aqui Portugal, mas foi através da Praça da Alegria que ficou conhecido do grande público, e que se tornou homem e profissional, tal como o próprio admite. Além de apresentador, é também músico e escritor, conciliando sem problemas estas três vertentes profissionais. O Quinto Canal teve o prazer de estar à conversa com Hélder Reis, e todas as perguntas e respostas poderão ser lidas de seguida em mais uma entrevista exclusiva.
Para quem desconhece o seu trabalho, quem é o Hélder Reis?
Sou apresentador de TV, vocalista da banda Pólen e escritor de livros Infantis e poesia. Um cidadão normal, bastante realizado. De bem com a vida… é isso.
Como surgiu o gosto pela apresentação?
Entrei na RTP como assistente da Praça da Alegria. Ver o Manuel Luís Goucha e a Sónia Araújo inspirou-me. Descobri a vocação. Estudei jornalismo, fiz várias formações em comunicação… Têm-me abertos portas e a vida rola.
Atualmente é um dos apresentadores do Aqui Portugal. Que balanço faz dessa experiência?
Aqui Portugal e Sociedade Civil, na RTP2. Maravilhoso. No Aqui Portugal, mostro o país, as pessoas, os lugares, boa disposição e atitude positiva. No Sociedade Civil, as causas sociais, o debate da atualidade. Dois registos diferentes e que me completam muito.
É gratificante percorrer o país de norte a sul todas as semanas?
Um privilégio. Sou repórter da RTP há 15 anos. É levar o serviço público à casa, à terra, à rua dos portugueses. Aprendo muito, recebo muito. Temos um país e umas pessoas maravilhosas.
Sendo um repórter que está em constante contacto com o público, qual foi o momento mais caricato que já viveu em direto?
Os apalpões. É impressionante como as pessoas gostam de tocar…ahahahahah.
O Aqui Portugal tem conquistado bons valores chegando por vezes à liderança. Qual é o segredo desse sucesso?
Somos vencedores quase todas as semanas. Proximidade, acho que é o grande segredo. Eu, a Sónia e o Jorge trabalhamos juntos há mais de 10 anos. O público conhece-nos e somos gente de abraços e falar olhos nos olhos. É isso…
De que forma o vosso formato se diferencia do Somos Portugal e Portugal em Festa?
Na proximidade, na forma como abordamos os assuntos, nas reportagens que falam de história, inovação, tradição. No tempo que damos aos temas. É por aqui o caminho…
A Praça é uma marca da televisão. Foi lá que me fiz homem e profissional.
Foi através da Praça da Alegria que ficou conhecido pelo grande público. O que recorda dessa etapa da sua vida?
Só coisas boas. A Praça é uma marca da televisão. Foi lá que me fiz homem e profissional. Tudo o que sei aprendi lá. Guardo as melhores das melhores recordações.
Lembra-se de como surgiu o convite para integrar o formato?
Sim. O Manuel Luís disse que estavam à procura de um novo empregado de mesa (assistente de programas), desafiou-me… fui à RTP a uma entrevista, fiz testes de imagem e fiquei. Nunca tinha servido à mesa…e quis ser o melhor empregado de mesa da televisão. E sabe que muita gente me fala na rua que se lembra de mim de avental? Foi um ótimo princípio de carreira.
Como é trabalhar com o Jorge Gabriel e com a Sónia Araújo? São colegas para a vida?
Nem mais, colegas para a vida. Conhecemo-nos muito bem. Temos muito respeito pelo espaço de cada um. Sabemos as respirações de cada um. Em TV há muitas duplas…nós somos um trio!!!!!!!!
Depois de tantos anos ligado à Praça, como lidou com o fim das emissões do programa a partir do Porto?
Foi um processo difícil. As coisas acabam. Portanto, teve de ser. Foi a decisão que a RTP achava ser a melhor na altura. Um fim é sempre um fim. Já passou, é passado.
Acredita que foram os resultados das audiências que ditaram o fim da Praça da Alegria?
Não sei. Foi um fim de ciclo. É normal em televisão.
É brutal subir ao palco e vestir personagens.
Além de apresentador, o Hélder também já editou alguns livros. Como surgiu essa oportunidade?
Sempre escrevi. E escrevo os meus textos em TV. Apresentei propostas a editoras e tenho conseguido editar tudo. É fascinante ver as nossas palavras numa livraria. Também escrevo as letras da minha banda!
Está prevista uma nova publicação da sua autoria para breve?
Estou em preparações. Mas para já não. Tenho editado quase todos os anos… agora vou parar um pouco.
A juntar à apresentação e à escrita, igualmente a música faz parte da sua vida. Conte-nos um pouco mais sobre essa paixão.
Canto desde muito novo. A música é uma outra expressão. Outra provocação. Gosto muito. Trabalho a minha voz com o cantor de Jazz Kiko, o que me ajuda também em TV. É brutal subir ao palco e vestir personagens.
Torna-se difícil conciliar estas três valências?
Não. Basta organização e sou muito arrumadinho! Mas dá trabalho, isso sim. Mas eu gosto de trabalhar. E faço tudo o que gosto.
Acho que a reportagem pode ser mais valorizada em televisão (…)
Alguma vez pensou trabalhar num canal privado caso surgisse uma oportunidade?
Não penso nisso. Estou bem onde estou. Para quê complicar?
Com que formatos se identifica, atualmente, na televisão portuguesa?
Gosto dos formatos das manhãs ou tardes. Têm tempo para conversar…e descontracção. Gosto de conversar e mostrar mundo… E gosto muito do público do dia! Vou ser agora o comentador da RTP na Eurovisão… é um bom desafio também!!!
Gostaria de conduzi-los?
Sim, claro que sim. Mas estão bem entregues neste momento. Mas também adoro reportagem. Acho que a reportagem pode ser mais valorizada em televisão, mais tempo e investimento em reportagem. É um género televisivo de excelência e onde nem todos se sentem bem. A reportagem é a televisão junto do espectador. É tudo o que os media querem ser hoje: estar junto de quem os Vê, lê ou ouve. Eu? peixe em água! Adoro. Mas quero mais, muito mais. Venha trabalho!
Para finalizar, uma mensagem especial a todos os seus fãs e leitores do Quinto Canal:
Obrigado por me acompanharem. Quem trabalha nos media não é nada sem as pessoas que nos acompanham valorizam e acrescentam. Sou muito respeitado e bem tratado por quem me acompanha, só posso agradecer. Obrigado e divirtam-se com a vida.