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Peça «Despe-te [Isabel]» estreia em Portugal
O Ensemble apresenta Despe-te [Isabel], da dramaturga britânica Ella Hickson, no Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, nos próximos dias 10, 11 e 12 de março, às 21 horas.
A peça estreou no Shakespeare’s Globe em 2019, e reflete sobre os modos e meios que as mulheres no poder são obrigadas a usar para resistirem à pressão masculina e conseguirem sobreviver num mundo que é fundamentalmente hostil com elas e os seus corpos. Ella Hickson lança, assim, um olhar eloquente e intelectualmente ágil a temas contemporâneos sob um prisma histórico.
Mais do que pretender ser uma peça histórica, Despe-te [Isabel] retrata a vida de Isabel I, a única mulher solteira que alguma vez governou a Inglaterra. E reinou com sucesso durante quarenta e quatro anos. O poder é um jogo e ela percebeu isso melhor do que ninguém. Não havia de ter homem, de ter dono, nem havia de gerar filhos. Não seria o que é suposto uma mulher ser, nem muito menos faria o que é aconselhável uma mulher fazer. Sobraria apenas a rainha que os séculos batizaram como virgem, pois à História é-lhe difícil distinguir a pessoa do género.
O Ensemble – Sociedade de Actores é uma estrutura artística de criação, investigação, experimentação e formação contínua de atores. Formado no Porto, em 1996, pelos atores Emília Silvestre e Jorge Pinto, contou, desde logo, com o apoio do Ministério da Cultura/DGArtes – que mantém desde então – da Câmara Municipal do Porto e da Gulbenkian, reconhecida que foi a importância do seu projeto cultural na diversidade artística e alargamento de públicos. Tem cativado o interesse e parcerias de entidades tão diversas como o Teatro Nacional São João, o Teatro Municipal do Porto, o Teatro D. Maria II, o Teatro S. Luiz, o Festival Temps D’Images, a Casa das Artes de Famalicão, o Teatro Municipal de Bragança, o Teatro Municipal de Vila Real, o Teatro Sá de Miranda ou o CCB.
Ao longo dos últimos 25 anos tem apresentado espetáculos de autores clássicos tão diversos como Molière, Shakespeare, Tchèckov ou Ibsen, de contemporâneos como Brian Friel, Samuel Beckett, Arnold Wesker, Bernard-Marie Koltès, Tom Kempinski, Jean Cocteau ou Arthur Giron; editado novas traduções; encomendado textos originais e levado a cena dramaturgos portugueses como Luísa Costa Gomes, Jacinto Lucas Pires, Mickael de Oliveira e Ricardo Alves, envolvendo mais de duas centenas de actores, bailarinos, músicos, coreógrafos, designers de luz, som e vídeo, cenógrafos e figurinistas e encenadores prestigiados como Ricardo Pais, Toni Servillo, Jorge Silva Melo, Fernanda Lapa, Rogério de Carvalho, Nuno Carinhas e Carlos Pimenta.