Comic Con Portugal 2019: Benedict Wong
Benedict Wong foi um dos principais convidados da categoria Cinema & TV da Comic Con Portugal 2019 e entre painéis e conferências de imprensa, ficámos a conhecer um pouco da sua personalidade e carreira.
Confesso fã de ficção científica, Benedict tem uma vasta carreira entre televisão, cinema e teatro com um vasto leque de personagens. Conhecido pelo seu papel no filme da Marvel Doctor Strange e nas série Marco Polo e Deadly Class, Benedict começou a sua carreira precisamente no teatro. O seu primeiro papel teve boas críticas e isso abriu portas ao seu futuro – destaque para a sua prestação em duas peças ao mesmo tempo. Apesar de ter continuado como agente por três anos, representando outros artistas locais e tornando-se no seu próprio agente, acabou por se mudar para Londres e foi então aí que a sua carreira evoluiu, como o próprio disse, passo a passo. Ele tomou conta do seu próprio destino.
O ator, que aparente ter uma postura bastante zen perante a vida, acabou por expressar os seus pensamentos e falar de como é importante termos o controlo da nossa vida e de como sempre se interessou por papéis com algum relevo emocional. Como exemplo, temos a personagem Genghis Khan em Marco Polo, papel para o qual ele fez uma grande pesquisa. Ele sente-se sempre atraído por grandes papéis, chegando a recusar papéis que estereotipavam pessoas com ascendência asiática. Aliás, o próprio conseguiu pessoalmente destruir essa barreira com os papéis que interpretou. No seu entender, os tempos estão a mudar e é importante o destaque que cada vez mais se dá a outras culturas.
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Sobre a possibilidade de dirigir algum filme, Benedict confessou estar aberto à possibilidade mas que por agora não é um dos seus objetivos. Já trabalhou com excelentes diretores e aprendeu bastante com eles e considera que ele próprio é um “work in progress”, pelo que tem ainda muito para aprender. Foi também questionado se conseguisse voltar atrás no tempo – controlar o tempo é algo inerente à sua personagem em Doctor Strange – o que faria. Benedict respondeu que as memórias são muito importantes e que é realmente necessário é viver no presente.
Benedict participou também em Deadly Class, do canal Syfy, e que não resistiu à primeira temporada. Quando questionado sobre isso, Benedict confessou surpreso quando tal aconteceu. Num contexto onde cada vez mais as produções baseadas em BD têm sucesso, Deadly Class fugiu à regra e não escapou às fracas audiências. Benedict realçou o trabalho excelente do jovem elenco e afirmou que tem a esperança que a série seja recuperada por outro canal. Ele atribuiu a fraca audiência ao facto de a série não ser transmitida por nenhuma plataforma de streaming. Hoje em dia é praticamente impossível um fã se sentar à hora que a série dá na televisão. Os serviços de streaming permitem que se possa ver qualquer produto a qualquer hora e se Deadly Class tivesse tido essa sorte, possivelmente o fim seria diferente. A base de fãs é enorme e forte e o cancelamento da série desagradou bastante.
Sobre o seu papel em Doctor Strange, aquele que sem dúvida o despoletou para o estrelato, Benedict contou algumas histórias engraçadas. Confesso fã da Marvel, considera que os filmes Infinity War e Endgame foram não só uma prenda para os fãs mas também o culminar de uma história fantástica que demorou dez anos a ser contada. Agora, o que resta é voltar aos filmes individuais para contar as novas histórias e revelou estar intrigado com Eternals. Aproveitou também para contar sobre a gravação do funeral de Tony Stark, que pensou ser um casamento. Uma vez que o guião estava muito restrito, os atores recebiam apenas as suas falas e sabiam muito pouco ou nada sobre a cena que estavam a gravar.
Benedict teve ainda tempo para falar da sua experiência nos videojogos, pois deu a sua voz a Alex Yu no jogo Prey. O ator confessou que a produção dos videojogos deveria ter os atores em maior consideração e em tom de crítica afirmou que os mesmos precisam de ser pagos de acordo com o trabalho que fazem. Não obstante, é uma sensação fantástica fazer parte daquele mundo.