A profissão de ator pode ser uma das mais desejadas pelas novas gerações, contudo, quando se chega a um certo patamar, uma vida de dedicação, trabalho e esforço traduzem-se desemprego, dificuldades económicas e reformas precárias. Ao Correio da Manhã, a atriz Lia Gama dá a cara por tal situação e explica que «a minha geração descontou muito pouco, porque se ganhava mal no teatro. Éramos trabalhadores independentes e intermitentes!». Sem trabalho há oito meses, desde que terminou Laços de Sangue, explica que «amealha o mais possível para viver dessas economias nos momentos de crise» tais como o que passa atualmente.

Sinde Filipe, que também participou na trama, encontra-se na mesma situação. «Estou há um ano sem trabalho. Vou agora fazer teatro sozinho. Um actor sem projectos em TV vive com dificuldades».

Natalina José é outro dos rostos da crise que assombra os atores, sem trabalho desde 2006, quando fez «Aqui não há quem Viva» para a SIC, revela que «às vezes é difícil. Quando estou mais aflita para pagar a renda vale-me a minha filha e a minha poupança, que um dia destes desaparece».

A reforma dos atores ronda os 330/360 euros. E uma das causas para tão baixos rendimentos é explicado por Natalina José que assume que «os empresários ficavam com o dinheiro, em vez de o entregarem à Caixa de Previdência. Só mais tarde é que descobrimos». Maragarida Carpinteiro por seu lado justifica o fato da profissão «nunca ter sido levada a sério».

Solidários e na mesma situação que os atores citados estão Irene Cruz, Simone de Oliveira, Camilo de Oliveira ou Ruy de Carvalho. Ainda assim, estes últimos continuam no ativo com peças e novelas.

Anselmo Oliveira

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