Game of Thrones: The Wind of Winter

HBO

Chegou ao fim mais uma temporada de Game of Thrones e a fasquia está agora elevadíssima. Se até agora ainda tínhamos os livros para nos guiar, o certo é que a próxima temporada vai ser repleta de constantes surpresas.

Este artigo contém spoilers!

A sexta temporada de Game of Thrones distinguiu-se das anteriores por um afastamento ainda maior da história das obras literárias, uma vez que o enredo principal já ultrapassou o que é contado nos livros. E quando digo enredo principal, é porque existem uma variedade de histórias paralelas (e algumas igualmente importantes) dos livros que ainda faltam explorar na série. A que mais me intrigava até agora era uma das teorias mais antigas dos fãs e que foi oficialmente confirmada neste último episódio – de uma forma visual bastante interessante. É finalmente revelado o porquê de Lyanna Stark estar naquela torre e quem é na verdade Jon Snow. E mesmo sem tendo revelado o nome do pai – já toda a gente sabe quem é – a verdade é que esta cena foi não só visualmente como emocionalmente marcante: Jon Snow é agora o King of The North.

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Voltando agora ao princípio do episódio – estou a demorar a conseguir ultrapassar a euforia de ver Jon Snow como rei – é de louvar a cena inicial em King’s Landing, na qual música e imagem combinam numa harmonia perfeita. O minucioso plano que Cersei levava a cabo há alguns episódios é finalmente posto em prática numa das melhores cenas que já vi em Game of Thrones. Para terminar, a cena culmina numa das mortes mais previsíveis, mas que acontece de uma forma tão bela e trágica – a profecia sobre Cersei concretiza-se finalmente.

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Por outro lado, Walder Frey celebra com Jaime a conquista de Riverrun numa festa que se adivinha algo semelhante ao Red Wedding. Assim que a cena começa, é dado destaque a uma personagem que nunca tinha aparecido na série, uma jovem rapariga que servia os convidados da festa. E ainda estava o festim longe de terminar quando a especulação de que aquela rapariga fosse Arya Stark me levou a uma histeria extrema. A própria atriz já tinha revelado que iria riscar um nome da sua lista e o facto de agora poder usar qualquer máscara levou os fãs a induzir que ela iria matar Frey. E adivinhem? Era ela! Com o seu ar sereno e matador, Arya revela-se a Frey dizendo que a última coisa que ele vai ver é um Stark a rir-se na cara dele. Foi simplesmente épico!

Os Starks protagonizaram algumas das cenas mais emocionantes desta temporada, entre reencontros e despedidas souberam como comover o público (a sério que o Rickon não sabia como se desviar das flechas do Ramsey Bolton? Era um dos reencontros que eu mais aguardava!). Neste último episódio, foi importante ver a dinâmica entre Sansa – que já não é nenhuma sonsa – e Jon, pois este último recusava-se a aceitar o título de Lord of Winterfell. Sansa não mostrou qualquer pretensão ao título e recusou-se a ser considerada Queen of The North. Esta atitude deixou-me intrigada porque Sansa está a revelar-se manipuladora – aprendeu com o Littlefinger só pode – e sei que a sua motivação agora é somente vingança, especialmente dos Lannisters. Mas aquele olhar entre ela e Littlefinger no final deixou-me curiosa sobre quais serão os seus verdadeiros planos (o Jon Snow tornou-se King of The North, sabiam?).

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Está criado o tabuleiro do jogo e as peças estão a ser colocadas nos seus devidos lugares, antevendo as grandes batalhas que estão para vir.

Numa terra um pouco longínqua, Daenerys Targaryen prepara a sua chegada a Westeros graças à ajuda preciosa de Yara e Theon Greyjoy. A sua despedida de Daario foi um dos momentos fulcrais do episódio e da história desta personagem, apesar de ter passado despercebida a muito espectadores. A própria Daenerys confessa a Tyrion Lannister que não sentiu nada ao se despedir do seu amante, o que a assustou. Mas não só a ela. Será este um indício de que a doença que paira sobre a sua família poderá a afetar também? Estará ela a tornar-se numa Mad Queen? A verdade é que a cena final do episódio na qual ela comanda uma frota gigante de navios, sobrevoada pelos seus três dragões é um dos momentos mais épicos de sempre.

A sexta temporada de Game of Thrones foi pautada por pouca ação e muito desenrolar de acontecimentos. E apesar de isso não agradar os fãs que procuram apenas uma forma de se entreterem, esta temporada revelou-se fulcral para a história da série. Está criado o tabuleiro do jogo e as peças estão a ser colocadas nos seus devidos lugares, antevendo as grandes batalhes que estão para vir.

Ultrapassados os livros, os produtores estão agora a contar a história mais ou menos à sua maneira e a prova disso foi o final feliz que este episódio representou. Nunca antes tinha ficado tão contente com um episódio final de Game of Thrones, o que por si só pode não ser um bom presságio, porque das duas uma: ou os produtores estão a fazer tudo para agradar os fãs ou muito sangue vai ainda ser derramado. É que a temporada termina com uma certeza: Winter is here

 

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Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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