Só Séries: «Once Upon a Time» chega ao fim

Chegou ao fim uma das séries que tantos fãs conquistou nos últimos anos. Após sete temporadas, que nem sempre foram excelentes, Once Upon a Time encontrou finalmente o seu final feliz.

Once Upon a Time estreou em 2011 e cedo provou ser uma série irreverente. A história inicial focou-se em Emma Swan que, após um encontro curioso com Henry, que dizia ser seu filho, decide ir para Storybrooke. O que ela não estava à espera era de encontrar uma série de personagens dos contos de fadas ali reencarnadas. Acabou por se provar que Emma era nada mais nada menos que filha da Branca de Neve e do Príncipe Encantado e que Henry tinha sido adotado pela Rainha Má, que neste mundo se chamava Regina. Henry, auxiliado por um livro com as histórias de todas as personagens, procurou a sua mãe biológica para que esta salvasse as pessoas de Storybrooke.

Emma tornou-se na Salvadora, cuja missão era terminar a maldição que a Rainha Má tinha lançado sobre as personagens da Floresta Encantada, com a ajuda de Rumplestiltskin. Mas quebrada a maldição, novos mundos e novas personagens apareceram, apesar de o elenco principal se resumir a este grupo de personagens.

Histórias dos Contos de Fadas

Digam o que disserem, Once Upon a Time reinventou imensas personagens do universo dos contos de fadas. Este foi sempre o principal motivo porque me tornei fã da série e que me manteve até ao fim. Era engraçado de ver o contexto destas personagens e até que ponto se podiam ligar às já existentes.

Adorei a introdução da Terra do Nunca à história, na qual Peter Pan era o pai de Rumplestilskin, tornando-se num dos meus vilões favoritos. Ter aquela personagem marcada pela sua alegria e ver que os escritores a tornaram numa personagem negra foi imensamente brilhante. O arco da história na qual é apresentada a Bruxa Má do Oeste foi igualmente brilhante e a mesma tornou-se numa das minhas personagens favoritas.

Até mesmo a quarta temporada, no qual foi introduzida a história de Frozen e posteriormente a dos vilões, foi engraçada. Cruella De Vil, Úrsula e Maléfica foram adições interessantes para a história. E cada personagem nova que aparecia trazia mais personagens dos contos de fadas. Foram tantas que passaram por Once Upon a Time que me é difícil falar de todas.


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Entre as minhas favoritas estão, além das que já referi em cima, Mulan (sim até esta personagem apareceu), Mérida, Capitão Gancho, Regina, Pinóquio, cujas histórias me cativaram desde cedo. Nesta última temporada fiquei fã da Alice, cuja história teve um twist enorme, em comparação com a outra versão que já tinham feito dela.

Infelizmente, este foi igualmente um problema para a série, que não conseguiu acompanhar a história de metade. Muitas personagens tiveram fins abruptos ou simplesmente nunca mais apareceram sem que tenham tido uma despedida a sério. Com tantas possibilidades, tornou-se complicado gerir para onde se queria levar a história da série e notou-se a necessidade de restringir o núcleo principal de personagens.

Um outro ponto negativo foram os efeitos visuais, demasiado ultrapassados. Talvez por falta de fundos, a verdade é que Once Upon a Time foi sempre muito desleixada no que toca a efeitos visuais. O que não impediu os criadores de usar e abusar dos mesmos. O problema é que eram tão maus que tiravam a mística às cenas.

Final feliz – SPOILER ALERT!

A série chegou ao fim, em dois episódios que pareceram um bocado apressados. E apesar de reaparecerem imensas personagens, muitas foram as pontas que ficaram soltas. Mas acabou por ser um final emocionante que deliciou os fãs da série.

Após anos e anos à procura do seu final feliz, Regina (aka Rainha Má) finalmente o consegue. E apesar de a série poder terminar de mil e uma maneiras, a verdade é que só assim faria sentido. Ela e Gold (aka Rumplestiltskin), dois dos principais vilões conseguiram finalmente encontrar a redenção. Ela porque salvou todas as personagens de todos os reinos lançando uma maldição boa que os uniu em Storybooke, da qual se tornou a Boa Rainha. Ele porque depois de todo o mal que causou foi capaz de se sacrificar para salvar a vida de um amigo e ao fazê-lo, reencontrou Bela.

A história de Once Upon a Time há muito que tinha deixado de incidir na Salvadora e na sua missão de proteger toda a gente. A série tornou-se num meio para promover o altruísmo e companheirismo, procurando sempre mostrar que o Bem prevalece sempre se se fizer para isso. A redenção de Regina e Gold foram os exemplos que mostraram que é possível ultrapassar as piores situações com a devida ajuda. Acreditar e esperança foram duas palavras constantemente utilizadas na série que se tornaram o mote e o motivo que a mesma continuou a ter o sucesso que teve.

Once Upon a Time vai deixar saudades e as suas incríveis aventuras têm uma importância inquestionável no panorama televisivo. Apesar de terem sido sete temporadas atribuladas, esta série conseguiu distinguir-se de tal forma que tornou-se muito mais que um simples produto de entretenimento.

“Believing in even the possibility of a happy ending is a very powerful thing”

Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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