Só Séries: «Tokyo Ghoul» – um dos animes de sucesso deste verão

Como não só de séries vive uma pessoa, de vez em quando lá me rendo a um ou outro anime, que me capta a atenção por semanas a fio. Não só ando a acompanhar a Sailor Moon Crystal, como também me perdi por Strike the Blood, Akume no Riddle e, o sucesso de verão, Tokyo Ghoul. Convencida pela sua premissa, decidi deixar-vos esta sugestão.

Inspirado na série de manga homónima de Sui Ishida, este anime foi desenvolvido pelo estúdio Pierrot e estreou no Japão em julho deste ano. A empresa Funimation permitiu pouco tempo depois que Tokyo Ghoul fosse exibido também na América. A história foca-se em Ken Kaneki, um órfão tímido e solitário, que conhece a cativante Rize Kamishiro no café Anteiku. O encontro corre bastante bem e Kaneki acaba por acompanhar Rize até à sua casa. Mas quando o caminho se torna mais escuro, Rize mostra a sua verdadeira natureza e ataca Kaneki, com o objetivo de se alimentar dele. É que Rize é uma ghoul, uma pessoa com aspeto normal mas que caça e se alimenta de humanos. Felizmente, uma queda “acidental” de material pesado acaba por matar Rize e Kaneki é levado para o hospital em estado grave. Quando acorda, este apercebe-se que há algo diferente com ele e a sua vida nunca mais será a mesma.

tokyo ghoul

A história em si não é de todo original e já vários animes têm abordado a existência de criaturas com aspeto humano mas que se alimentam dos mesmos. Mas não deixa de ser interessante ver isso de uma perspetiva de alguém inocente, trazido para esse mundo à força sem qualquer vontade de querer fazer parte dele. Kaneki é o típico rapaz estereotipado nos animes: solitário, tímido e inteligente mas que tem uma enorme força emocional muitas vezes suportada pelos laços de amizade que tem. É interessante verificar o quão destemido ele está em não se tornar um ghoul como os outros e em não caçar humanos para se alimentar. Pela teoria, o facto de ele ser um ghoul só de um olho torna-o mais forte mas como não se alimenta devidamente, Kaneki acaba por ser um ghoul fraco. Claro que isso tudo estará prestes a mudar, como seria previsível. Não li o manga mas pelo que sei a força interior de Kaneki vai ser posta à prova e receio que ele abandone de vez o seu lado humano.

Desde que se tornou ghoul, Kaneki passou a trabalhar no café onde tinha conhecido Rize e fez novos amigos que se tornaram a sua âncora e o seu apoio. É interessante também ir conhecendo aos poucos estas personagens que combatem o seu lado ghoul, de maneira a coexistirem pacificamente com os humanos. Mas também existem aquelas criaturas horríveis que se divertem a caçar humanos e existem personagens bastante monstruosas que dão volta ao estômago. No anime, os humanos são maioritariamente representados pela CCG (Ghoul Countermeasures Bureau na versão japonesa), uma agência governamental que se dedica a aniquilar estas criaturas.

tokyo ghoul2

Em relação à componente visual do anime, acho que o desenho está muito bem feito sem ser demasiado estiloso nem demasiado banal. A composição das cores dos Kagune (órgão predador dos ghoul que se transforma na sua arma de luta) está algo de fantástico e a caracterização de algumas personagens está brilhante. O que não está patente no anime, e que muitos fãs do manga se têm queixado, é a brutalidade artística de algumas lutas e mortes. Existe uma clara censura no anime (muitas vezes vista como uma sombra a tapar algo) que não permite a exibição de cenas de carácter violento. Decapitações, mutilações e até mesmo sangue são muitas vezes censurados, algo que não acontece no manga. Claro que isto afeta sempre um bocado porque apesar de serem cenas violentas fazem parte do carisma da história. Imaginem Attack on Titan sem as cenas das lutas e das mortes. A história seria a mesma, assim como as personagens, mas o fator que o diferencia estaria ausente e por isso perderia muito do seu impacto.

Tokyo Ghoul acaba por ser uma anime que poderia ter muito mais impacto se não fosse censurado mas que apresenta todos os fatores para ser uma série de sucesso: ação, comédia, drama e romance fazem parte do menu. Além das óbvias questões morais que normalmente os animes colocam, a história é apelativa e intrigante e estão prometidas muitas reviravoltas que vão deliciar os fãs. Sem dúvida a não perder 😉

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Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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