Esta semana o destaque vai para séries de comédia sobre famílias nomeadamente duas que têm muito em comum: Raising Hope (FOX – 2010) e Baby Daddy (ABC -2012).

Ambas falam de jovens provenientes de famílias disfuncionais que se deparam com a aventura de ser pai.

Em Raising Hope temos Jimmy Chance (Lucas Neff) que vive com os pais Virginia (Martha Plimpton) e Burt (Garret Dillahunt) e a avó Maw Maw (Cloris Leachman). Sem ter muitas ambições para o futuro, trabalha com o pai no negócio de limpeza de piscinas. Uma noite salva uma jovem de ser atacada (pensava ele) e os dois envolvem-se sem ele saber que ela é uma serial killer. Ao descobrir, Viriginia trata de arranjar uma maneira de a colocar atrás das grades, sendo sentenciada à pena de morte. Isso só aconteceu passados nove meses aquando do nascimento de Hope que fica então entregue aos cuidados de Jimmy. Este tem que mudar todos os seus hábitos e o próprio trabalho para conseguir ser o pai que pretende ser. Para isso, conta com a ajuda dos seus pais, de Sabrina (Shannon Woodward) e Shelley (Kate Micucci).

Por seu lado em Baby Daddy, Ben (Jean-Luc Bilodeau) descobre que é pai quando Emma lhe é deixada à porta sem qualquer rasto da sua mãe. O jovem bartender vê-se então dividido entre a dar para a adoção ou criá-la com os seus próprios meios, acabando por ficar com a guarda da menina. A ajudá-lo tem o seu colega de casa Tucker (Tahj Mowry), o seu irmão Danny (Derek Theler), a sua mãe Bonnie (Melissa Peterman) e a amiga Riley (Chelsea Kane).

Primeiramente, temos como ponto fulcral de comparação o facto de os bebés serem do sexo feminino, o que acrescenta alguma doçura às séries. Por outro lado, tanto Jimmy como Ben são jovens solteiros que são surpreendidos pela tarefa da paternidade. Mas existem diferenças sociais entre os dois que moldam a maneira como se relacionam com a filha. Jimmy, de estatuto mais pobre, mostra-se mais trapalhão nesta tarefa mas ao mesmo tempo mais dedicado em dar tudo de melhor à sua filha. Ben tem sempre a ajuda dos amigos e da mãe, permitindo-lhe conciliar um pouco a boa vida a que estava habituado.

Existem outras semelhanças mas entraria muito na história das séries e tiraria o gosto de uma apreciação futura.

Contudo, resta-me falar da principal diferença que coloca estas duas comédias em diferentes patamares.

Raising Hope tem um elevado toque de humor negro e situações caricatas que envolvem a família Chance. Uma família completamente disfuncional mas funcional à sua maneira que se vê unida mais que nunca após a chegada da bebé. Eles não estão só a criar uma menina mas a construir esperança (hope) de um futuro melhor para ela e para eles. É uma série engraçada que nunca perde o toque de lição de moral e que nos deixa com um sorriso na cara.

Baby Daddy é uma comédia pura e simples. Não tem lições de moral explícitas e serve meramente como entretenimento. É sem dúvida divertida mas após o seu visionamento fica apenas a sensação de um tempo bem passado e não de algo bem construído.

Não obstante, aconselho estas duas séries aos leitores. Raising Hope está prestes a estrear a sua terceira temporada enquanto que Baby Daddy está na sua primeira temporada, existindo já a confirmação de uma segunda.

Inês Calhias

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde cedo adquiri um enorme interesse por séries. Tento ver um pouco de tudo e apresentar aqui no Quinto Canal o que se passa no panorama televisivo.

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