Opinião #20 | A chapada de luva branca de Salvador Sobral

Portugal conseguiu o feito inédito de vencer o Festival da Eurovisão graças a Salvador Sobral, o que se revelou uma verdadeira chapada de luva branca para muitos países e não só, sendo esse o nosso tema da Opinião desta semana.

13 de maio de 2017 irá ficar eternamente conhecido como o dia em que Portugal venceu o Eurovision Song Contest 2017, graças à participação de Salvador Sobral, que encantou tudo e todos com a sua música Amar Pelos Dois, composta pela sua irmã Luísa Sobral. De forma simples, honesta e sem recorrer a qualquer tipo de efeitos, o nosso país conquistou tantos jurados como público, ao receber a maior pontuação de ambos e igualmente ao registar o maior número de votos da história do festival com um total de 758 votos.

Depois de um interregno de um ano em 2016, a RTP1 prometeu voltar com toda a força este ano e conseguiu cumprir. Mesmo que Portugal não vencesse a Eurovisão, a verdade é que o festival conseguiu voltar a reunir a família à volta da televisão tal como aconteceu em anos outrora, com as audiências a provarem isso mesmo. E sem dúvida que esta vitória foi uma verdadeira chapada de luva branca, como se costuma dizer. E porquê? É simples.

Pegando nas palavras do próprio vencedor, o nosso país mostrou que para se vencer não é preciso músicas de plástico, com fogo-de-artifício pelo meio. A música é sentimento e foi isso que a participação nacional transmitiu desde o início. Pegando num exemplo concreto, desde que a música da Itália foi conhecida que rapidamente bateu recordes de visualizações e de streams no Spotify, e esteve meses a fio no primeiro lugar das casas de apostas online, conquistando todo o favoritismo. A verdade é que todo o espetáculo criado em torno de Occidentali’s Karma acabou por cansar, e não só deixou de ser favorita como caiu a pique e não foi além do sexto lugar na competição.

Portugal foi conseguindo criar o seu caminho desde março, altura em que venceu o Festival da Canção, mas a verdade é que o seu percurso também não foi fácil. Ninguém esquecerá as duras críticas que foram feitas nos dias seguintes à vitória, onde a esmagadora maioria afirmava que Amar Pelos Dois não era música para representar o nosso país na Eurovisão. Ninguém esquecerá que quem o público escolheu para representar Portugal foi os Viva La Diva tanto na semi-final como na grande final. Será que se realmente a vontade do público tivesse sido feita teríamos o mesmo desfecho?

Talvez sim, talvez não. Isso ninguém saberá. Mas a verdade é que até mesmo para nós, público português, esta vitória foi igualmente uma chapada de luva branca, e que foi dada com todo o mérito, e que agradecemos agora no final de tudo. Os que ao início criticavam a música são os que agora se renderam por completo, e é perfeitamente compreensível. Amar Pelos Dois não é uma música de cativar desde o início, mas sim de ir cativando, e foi esse o objetivo, cumprido a 100%.

Resta-nos agradecer a Salvador Sobral, a Luísa Sobral, e a toda a comitiva da RTP que tornaram esta vitória possível. Que para o ano Portugal consiga estar à altura de realizar o grande espetáculo da Eurovisão, e que possamos celebrar uma vez mais todos juntos. Obrigado!

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André Kanas

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Diretor, Redator e Gestor de conteúdos das redes sociais do QC | Responsável pelas coberturas musicais e televisivas do QC | Integrou o QC em 2013, dado o seu gosto pelo mundo televisivo e não só, sendo que já navega e escreve no universo de blogues e sites de entretenimento desde 2007.

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